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Greve das UMEIs: defasagem e repressão a mando do Estado

Na última segunda, dia 23 de abril, os professores municipais das UMEIs (Unidades Municipais de Educação Infantil) se reuniram em frente à prefeitura de Belo Horizonte para reivindicarem pelo aumento salarial prometido em campanha pelo atual prefeito da cidade, Alexandre Kalil (PHS-MG), e para manifestarem seu descontentamento com os descasos da atual gestão. O acordo firmado entre o Sind-Rede (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte) e a prefeitura dizia que os professores das UMEIs teriam os salários aumentados de R$ 1400 para R$ 2200, equiparando aos docentes do ensino básico municipal.

O protesto foi duramente reprimido pela Polícia Militar, que usou de bombas de gás, sprays de pimenta e jatos de água para dispersar os manifestantes. Não por acaso, a ação violenta e brutal da PM ocorreu 11 dias depois de o prefeito vir a público afirmar que não aceitaria o fechamento de vias durante as manifestações na capital mineira. O governador do estado, Fernando Pimentel (PT-MG), foi totalmente conivente com os ataques, uma vez que a Polícia Militar está sob o controle do governo estadual. Vale destacar que essa tem sido a tônica contra os professores estaduais.

A precarização do ensino ataca todos os âmbitos da educação. Os imperialistas, visando os lucros que podem extrair, levam à frente um projeto de privatização da educação pública. Os governos, capachos do imperialismo, que deveriam aplicar políticas públicas para melhorar a situação dos professores e alunos, viraram as costas para as necessidades básicas do sistema de ensino. No caso das Unidades Municipais de Educação Infantil, os profissionais sofrem com salários defasados em relação às outras áreas do ensino público de Belo Horizonte, que nem chega a atingir o piso nacional de salários para professores, fora as péssimas condições de trabalho.


Manifestação contida na bomba


O aparato repressivo do Estado usou de sua força para agredir, conter e prender pessoas inocentes que estavam exercendo seus direitos, teoricamente garantidos pela Constituição. A Polícia avançou contra os manifestantes, usando carros blindados para lançar granadas e jatos de água gelada nos manifestantes, que foram se dispersando, ação típica e muito comum durante a Ditadura Militar.

Alguns professores foram acuados e debaixo de gritos de “fascistas” e “ditadura”, dois diretores do sindicato dos professores foram presos, arrastados pela rua e levados à força para as viaturas. Cada vez mais, o Estado de exceção, que é o estado normal dentro do capitalismo, se mostra presente na sociedade brasileira, onde até os direitos mais básicos são cerceados por aqueles que se encontram no poder.


Pelo direito à greve e por melhorias na educação pública


Legalmente, todos os trabalhadores têm o direito à manifestação e a greve, garantidos constitucionalmente. No entanto, quando se trata de defender os interesses imperialistas, a Constituição vira letra morta. Basta ver o atual momento político, onde presidentes são retirados sem que seja comprovado nenhum crime de responsabilidade fiscal, líderes políticos são presos e perseguidos sem que se apresente nenhuma única prova etc. 

A privatização da educação está sendo colocada na ordem do dia por esses governos burgueses. Diante desses ataques, todos os dias os trabalhadores da área da educação pública estão se deparando com as péssimas remunerações, falta de profissionais, longas jornadas de trabalho e condições precárias das escolas. 

A greve dos professores infantis, que teve início também no dia 23, é um começo – não deve ser encarado como um fim em si mesmo. Sindicatos e profissionais de outras áreas devem se juntar e também reivindicar seus direitos, lutar contra os ataques governamentais e fazer greves em todas as bases. Apenas com a mobilização geral dos trabalhadores é que conseguiremos melhoras significativas para todos.


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