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Guerra comercial entre China e EUA continua à pleno vapor

Em meio à crise global do capitalismo, a ordem entre os grandes burgueses é matar para não morrer.  Mesmo o centro do Império, os Estados Unidos, está afundado em uma dívida pública que já ultrapassa a marca de US$ 20 trilhões. Nessa toada, Donald Trump tem movido uma verdadeira cruzada contra a China, país com maior potencial de interferir diretamente na capacidade dos Estados Unidos de controlar o mundo.
O déficit comercial entre EUA e China atinge a marca de US$ 505 bilhões. Ou seja, nos negócios apenas entre os dois países, os Estados Unidos devem aproximadamente o mesmo valor de todo o Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina (US$ 549 bilhões) e mais que o dobro do PIB de Portugal (US$ 204 bilhões).

Justamente por isso, Trump afirmou em entrevista à CNBC que irá taxar em US$ 500 bilhões as importações provenientes do país asiático. As taxações já atingem 818 produtos. Trump declarou que essas taxas estão incidindo sobre produtos comercializados de forma “injusta”, como veículos de passageiros, transmissores de rádio, peças para aviões e discos rígidos para computadores. Interessante notar que, na década de 1980, quando a super exploração da mão de obra chinesa proporcionou o avanço das políticas neoliberais no mundo, nenhum líder imperialista reclamou de uma suposta “injustiça” na competição mercantil.

A guerra comercial também será repassada aos consumidores chineses, sobretaxando os produtos feitos nos EUA que são vendidos na China. Nesse sentido, a BMW, que é a empresa do setor automobilístico que possui o maior volume de exportação financeira dos Estados Unidos para a China, anunciou, no último dia 30 de julho, que os carros dos modelos X5 e X6 sofrerão aumento de 4% e 7% no mercado chinês, respectivamente. No mesmo sentido, a Tesla, montadora automobilística alemã de carros elétricos, também divulgou um aumento em cerca de 20% no preço dos modelos S e X no mercado chinês. Obviamente, o governo chinês não deixa passar essas ações da Casa Branca. No mês de julho, a China aumentou a tarifa de importação dos carros produzidos nos EUA de 15% para 40%.

Todos os detalhes apresentados no exemplo acima dizem respeito apenas ao setor automobilístico. Como dito, as taxações, por parte dos EUA, envolvem mais de 818 produtos. No cenário internacional, a China busca parceiros comerciais para atingir os mercados do terceiro-mundo e europeu, colocando em cheque a preponderância estadunidense. Nesse sentido, o cenário caminha para um enfrentamento real entre as duas potências, que pode se dar em escala mundial, entre aqueles que querem dominar o mundo.

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