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Em direção a um novo colapso capitalista mundial

O mundo produz hoje, em números oficiais, US$ 75 trilhões por ano. Desse total, boa parte são juros e impostos. No caso do Brasil, os impostos somam 32% do PIB. Somente na especulação financeira giram em torno de US$ 900 trilhões. 

No mundo, de uma maneira cada vez mais clara, há várias bolhas financeiras prestes a estourarem, da mesma maneira que explodiram em 2008. O colapso capitalista de 2008 começou pela bolha da especulação imobiliária nos Estados Unidos, mas todos os bancos e principais empresas do mundo foram juntos à bancarrota. 

Os fatores que levaram à crise de 2008 continuam presentes, mas com dez vezes mais força. O sistema bancário na Itália, que é a sexta maior potência do mundo, está para quebrar. Nos últimos dias, o governo italiano anunciou que vai resgatar, por quase 20 bilhões de euros, dois dos bancos que estão mais expostos. Mas o resgate não considera os principais como, por exemplo, o Unicreditque, que se encontra em situação semi falimentar há pelo menos sete anos. O volume de capitais podres na Itália está calculado em 360 bilhões de euros. Todo o sistema bancário italiano está totalmente podre.

Na Alemanha, só o Deutsche Bank acumula, em caixa, 55 trilhões em derivativos financeiros. O segundo banco mais importante, o Commerze Bank, detém um volume de títulos inadimplentes gigantesco. Os Estados Unidos enfrentam a escalada da crise capitalista. Na Inglaterra a situação é a mesma. O problema está colocado em todo o mundo. Na China, a “locomotiva do mundo”, há bolhas gigantescas prestes estourarem. Há a bolha imobiliária, a bolha dos bancos e a bolha do crédito. Por exemplo, as empresas chinesas acumulam uma dívida de US$ 18 trilhões, ou 170% do PIB.


A dramaticidade da crise no Brasil 

O Brasil, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), demonstrou, no último trimestre, que a deflação e a inflação no geral continuam caindo. Os salários tiveram um aumento real de 3,82 % em cima da correção inflacionária. Segundo a análise do governo e da imprensa burguesa, com base nesses números, a economia brasileira estaria indo às mil maravilhas. Mas a realidade é exatamente a oposta. O Brasil encolheu mais de 8% nos últimos dois anos. Portanto, para estar em patamares adequados, a inflação brasileira não poderia ser 4,5 %, ela teria que ser negativa. Ao mesmo tempo, a Lava Jato paralisou R$ 90 bilhões em obras e destruiu, aproximadamente, um milhão de empregos. 

O desemprego oficial no Brasil é de 14 milhões de trabalhadores, o que já seria um número gigantesco. No entanto, usando os próprios dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), mas considerando os trabalhadores que não têm procurado emprego há mais de três meses, o desemprego passa para 25 milhões. Retirando um pouco mais da gordura das manipulações estatísticas, o desemprego no Brasil é de aproximadamente 80 milhões. Neste momento, no Brasil, somente 33,3 milhões de trabalhadores têm carteira assinada, dos quais a metade ganha um salário mínimo. E salário mínimo não é salário. 

A crise no Brasil é gigantesca e a concentração da riqueza está indo às alturas, sendo maior do que a da Índia. Segundo os dados da Receita Federal, menos de 0,4% da população é dona de 45 % do PIB. Essa situação já seria escandalosa, mas é muito pior se considerarmos que os dados são totalmente manipulados, já que os ricos que declaram o imposto de renda os manipulam, isso sem falar nas grandes empresas que, no geral, sequer pagam impostos.

A imprensa burguesa fala que o Brasil estaria estável porque o real está firme perante o dólar. Trata-se de outra mentira deslavada, uma maneira de favorecer a especulação financeira. Na realidade, o dólar valorizado favorece o capital especulativo que entra no Brasil para especular com a dívida pública e sai do País com a taxa de lucro garantida e a expatriação favorecida pela dólar barato. Além disso, há os chamados swaps cambiais, que são uma espécie de seguro que o governo dá para o capital estrangeiro especulativo para que eles não percam nada quando eles saírem.


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