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Recessão avança no Brasil

No Brasil, a crise capitalista atingiu níveis dramáticos. O aumento dos impostos sobre os combustíveis teve como objetivo conseguir um ganho adicional no Orçamento Público Federal de R$ 10 bilhões. O governo Temer está em uma situação de caos, não está conseguindo fechar as contas.

O montante Temer foi obrigado a repassar para os deputados por meio de emendas parlamentares, algo em torno de R$ 6 a 10 bilhões, para poder se livrar da primeira fase do impeachment na Comissão de Constituição e Justiça, da Câmara dos Deputados. Esse foi só um primeiro passo, mas há um buraco muito mais embaixo. Depois que a Lei do teto dos gastos públicos sociais (PEC 55) foi aprovada, em outubro do ano passado, o limite de gastos públicos ficou travado pelo limite estabelecido pela LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária) e teve como referência o Orçamento de 2015, no qual a presidenta Dilma tinha aplicado cortes de 25% do orçamento original. Para se manter dentro dos limites impostos, o governo é obrigado a fazer cortes nos gastos sociais. A situação se tornou dramática. Nestes dias, a Polícia Federal parou de emitir passaportes por falta de verbas. A Polícia Rodoviária Federal não estava conseguindo fazer fiscalização nas estradas porque não tinha gasolina. A crise se encontra nesse nível crítico e as perspectivas de arrecadação entraram todas em colapso.

Por meio do Refis, que é o mecanismo de isenção no pagamento de impostos atrasados, se esperava obter uma arrecadação de R$ 13 bilhões, mas apenas está entrando R$ 1 bilhão no caixa do governo. A arrecadação de impostos está em queda livre devido à recessão. A situação de penúria de todos os estados e municípios é gigantesca. Existe também a PLS 257, que foi aprovada em setembro do ano passado, sem que a esquerda tivesse disparado um único tiro. Há ainda a continuidade das desonerações para as grandes empresas que pode gerar uma perda de arrecadação de R$ 42,2 bilhões. Novos cortes foram feitos no Orçamento por mais de R$ 5 bilhões, e que somam um total de R$ 45 bilhões, afetando principalmente os gastos públicos sociais.


Investimento público segue ladeira abaixo

As empresas privadas não investem em absolutamente mais nada. Nenhuma indústria abre uma vaga sequer e o Brasil está indo, em 2017, para o pior ano de investimentos públicos dos últimos 14 anos.

O gasto público, num país atrasado como o Brasil, é o que movimenta a economia, principalmente em uma situação de grande recessão como a que estamos vivenciando hoje.

O investimento público tinha atingido um pico de 1,1% do PIB, em 2010. Neste ano, está indo para 0,38%, ou seja, quatro vezes menos. Esse percentual equivale mais ou menos ao ano de 2003, quando Lula assumiu o governo, em uma situação de aprofundamento da crise.

A economia está em queda livre por conta de todos os ataques promovidos pelo imperialismo, por meio das acusações de corrupção que têm quebrado as empreiteiras e outras empresas nacionais. Há várias obras paradas e demissões em massa. Somente pelas empreiteiras, há em torno de um milhão de novos desempregados. A economia brasileira está um desastre, totalmente paralisada.

Fala-se, por exemplo, da taxa de juros, que haveria uma situação otimista porque está foi reduzida para 9,25%. Mas esse percentual é um escândalo total porque vivemos uma inflação oficial que está indo para baixo dos 4%.


Especulação financeira a todo vapor

A taxa de juros oficial, pela qual gira a dívida pública, é o grande instrumento de corrupção legalizado no Brasil. Ela está mais de 5% acima da inflação oficial. Os títulos públicos normalmente são vendidos para grandes especuladores imperialistas por 3 ou 4 pontos percentuais acima do valor da Selic. Portanto, a especulação com a dívida pública rende, aproximadamente, 10% a mais da inflação oficial. Temos no Brasil a maior taxa de juros especulativos do mundo, que é a principal maneira de roubar o Brasil da maneira mais parasitária possível.

O rombo fiscal previsto para este ano é de R$ 139 bilhões. Para conseguir respeitar isso, que já é muito escandaloso, será necessário aplicar um forte ataque recessivo contra a população brasileira. Há ainda a bancarrota da Oi, a empresa de telefonia, que, imediatamente, precisa de R$ 11 bilhões para conter a bancarrota. O rombo total é de R$ 60 bilhões. Como a crise é muito grande, daqui a pouco, aparecerão outras empresas prestes a serem implodidas para serem resgatadas pelo Estado.

O desemprego no Brasil, é escandaloso. O número oficial está em 14 milhões. Considerando as pessoas que não procuram emprego há mais de três meses, esse número, também oficial, aumenta para 25 milhões. Mas considerando outros dados como, por exemplo, que há apenas 33,3 milhões de trabalhadores com CLT, o desemprego no Brasil deve ser de, no mínimo, 60 milhões de trabalhadores – o que representa pelo menos a metade da força de trabalho brasileira.

A situação de crise no Brasil avança a passos largos e está na linha de frente da América Latina.


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