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Ataque aos direitos das mulheres trabalhadoras

A crise capitalista mundial vem crescendo aceleradamente com a paralisia da economia. Para barrar e garantir seus lucros, o grande capital impõe vários ataques à classe trabalhadora. A reforma trabalhista e previdenciária, a terceirização irrestrita e outros são os “carros chefes” destes ataques. Tais medidas atingem as mulheres de uma forma ainda mais brutal. Retiram o direito de se aposentar e coloca as trabalhadoras em situação menos favorável, como os serviços menos valorizados, salários menores etc. 

No caso da terceirização, a exploração é ainda mais feroz. Não por acaso, a maior parcela desses trabalhadores são mulheres. Essa situação de inferioridade social que as mulheres são submetidas tem suas bases nas questões materiais, econômicas. Para o capitalismo em crise, é muito mais “simples” lidar com a mulher submissa, oprimida, embrutecida nos afazeres domésticos, afastada da luta, incapacitada de agir politicamente, ficando dedicada apenas ao lar, nos cuidados com os filhos e com a casa. É preciso manter mais da metade da população, que é feminina, fora da luta. Além de ficar “mais fácil” manipular o restante dos trabalhadores, essa é uma forma de dividir a classe operária. Resumindo: o ataque à mulher é uma forma de garantir o lucro do grande capital.

A crise é tamanha que até mesmo os direitos mais elementares, democráticos, estão sendo colocados em segundo plano e não conseguem ser superados nessa sociedade. Questões básicas como o direito ao emprego, creches, saúde e educação pública estão sendo retirados da população trabalhadora. Como na sociedade capitalista (machista) a educação dos filhos é de responsabilidade única e exclusiva das mulheres, a falta de creches, escolas e saúde públicas são fatores determinantes para excluir mais da metade da população do mercado de trabalho e, consequentemente, dos meios de produção. Portanto, manter a mulher submissa, sem trabalho e embrutecida nos afazeres domésticos é fator condicionante para que o grande capital aplique seus ataques contra a classe trabalhadora. 

Para mudar essa realidade de opressão feminina, somente com a luta e a unificação das classes.


A opressão das mulheres nos Correios


Com as mulheres ecetistas não é diferente. A Empresa as ataca de todos os lados. O presidente dos Correios, Guilherme Campos, anuncia aos quatro cantos que irá demitir 25.000 trabalhadores, para começar. O ataque ao plano de saúde, com a implantação de mensalidade, é um dos principais pontos dessa investida, pois se trata do maior benefício da categoria.

Que setor será mais atacado com a retirada do Plano? Obviamente que são as mulheres. Com a implantação do Postal Saúde, já de início, foi retirado o direito das trabalhadoras de fazerem mamografia no periódico (que é um dos principais exames para detectar o câncer de mama). Todas as mulheres, a partir de uma determinada idade, devem fazer esse exame rotineiramente. Com a mudança do plano, elas foram obrigadas a pagar por fora.

Isso sem falar nas inúmeras denúncias das trabalhadoras que têm filhos pequenos e que têm sido prejudicadas com a política da Empresa de descredenciar os médicos. De acordo com os relatos das mães, de uma hora para a outra os filhos ficaram sem receber assistência, já que os médicos que há anos cuidavam da saúde das crianças foram simplesmente desligados do plano, em quase todos os casos por falta de pagamento por parte da Empresa.

A situação, como se vê, já é calamitosa e ficará infinitamente pior se esse direito for arrancado. 

Isso sem falar nas várias cláusulas do Acordo Coletivo que não são cumpridas, simplesmente porque a Empresa não divulga o direito que as ecetistas têm como, por exemplo, a Cláusula 09 do acordo coletivo §1/ onde garante à mulher gestante na atividade de carteiroa e na atividade de carteirao motorizadaa, que a partir do 5° mês de gestação ou antes (por recomendação médica), tem o direito a serem deslocadas para os serviços internos. A Empresa, na maioria das vezes, faz vistas grossas a esse direito. Se a empregada não exige, os gestores se fazem de desentendidos.

Outro descumprimento do acordo é em relação à cláusula 14, que diz respeito à saúde da mulher: “Os Correios desenvolverão atividades de prevenção e promoção à saúde da mulher”. Na realidade, não é feito quase nada com relação a esse assunto. Quando há algum curso ou palestra, ele não é destinado para todas as trabalhadoras, somente para uma pequena parcela escolhida pela chefia.

Na Cláusula 12, que diz respeito ao período de amamentação, a Empresa não cumpre com o acordo e muitas vezes dificulta a saída mais cedo das trabalhadoras. Há também os casos em que elas solicitam a transferência para uma unidade mais próxima de suas casas e a direção faz “corpo mole”, demorando a cumprir a resolução. Em alguns casos elas até desistem da transferência.

Todos esses direitos foram adquiridos após muita luta e precisam ser exigidos da Empresa que se cumpra. No entanto, sem a unidade dos trabalhadores na luta, todos serão fortemente atacados. A privatização representa não apenas a retirada desses direitos, mas a demissão em massa. Ou seja, não é apenas o plano de saúde que está em jogo, mas os empregos e o sustento das famílias.


Assédio moral

Há setores de trabalho em que a opressão é ainda maior e as mulheres são tratadas com total indiferença como acontece, por exemplo, em relação ao esclarecimento sobre algumas formas de ataques do agressor.

Veja algumas estratégias comuns do agressor:

Escolher a vítima e isola-la do grupo. 

Impedi-la de se expressar e não explicar o porquê. 

Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em frente aos pares. 

Fazer sentir culpado/responsabilizar publicamente, podendo os comentários de sua incapacidade invadir, inclusive, o espaço familiar. 

Desestabilizar emocional e profissionalmente. A vítima gradativamente vai perdendo simultaneamente sua autoconfiança e o interesse pelo trabalho. 

Destruir a vítima (desencadeamento ou agravamento de doenças pré-existentes). A destruição da vítima engloba vigilância acentuada e constante. A vítima se isola da família e amigos, passando muitas vezes a usar drogas, principalmente o álcool. Livrar-se da vítima que são forçados/as a pedir demissão ou são demitidos/as, frequentemente, por insubordinação. 

Impor ao coletivo sua autoridade para aumentar a produtividade.


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