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Debate com a esquerda oportunista sobre as Eleições Gerais Já!

Visão da esquerda oportunista

Segundo a esquerda oportunista, o “Fora Temer” deveria ser a palavra de ordem de todos os militantes revolucionários, já que esse seria um governo extremamente forte, que unifica toda a burguesia (inclusive imperialista). Nesse sentido, o “Fora Temer” não seria uma bandeira que tem sido levantada também pela extrema direita, a exemplo da Rede Globo. Essa seria uma palavra de ordem puramente operária, já que muitas passeatas de trabalhadores foram realizadas sob essa bandeira unificadora. E mais: a questão seria derrotar o programa da burocracia e da frente popular com eleições gerais.

Logo, a defesa de que o “Fora Temer” seria uma bandeira levantada pela direita está enveredando para um caminho esquerdista aos moldes do PSTU.


Posição da LPS (Luta Pelo Socialismo) sobre o governo Temer

O governo Temer é produto das condições específicas herdadas do regime da Nova República de 1988. O impeachment contra a presidenta Dilma foi imposto devido ao esgotamento do governo do PT e à impossibilidade de impor os ataques vitais para os monopólios recuperarem a queda da taxa de lucros. Essa situação ficou clara após o fracasso das reformas “neoliberais” que o banqueiro Joaquim Levy tentou aplicar, quando ministro da Fazenda do governo Dilma, e no início de 2015, quando os setores da burguesia que ainda apoiavam o governo debandaram em cima da pressão do imperialismo.

O governo Temer tem como base parlamentar o chamado “Centrão”, composto fundamentalmente por elementos da direita ligada aos interesses locais e municipais. O golpe avança rapidamente no sentido da clara fascistização do regime político. Após a queda do PT, veio a vez do PP, que recebeu uma multa de R$ 2,3 bilhões e o pedido de cassação de 10 deputados. O PMDB se encontra semi implodido com a prisão do seu principal líder, Eduardo Cunha, e de vários outros, além dos que enfrenta processos por corrupção. No último período, as operações da extrema direita começaram a atingir setores do PSDB, como os ligados a Aécio Neves, Geraldo Alkmin e José Serra.

Enquanto a economia brasileira avança a passos largos rumo a um gigantesco colapso, os agentes diretos do imperialismo colocam como “saída” para a crise a continuidade dos ataques contra os setores de centro do regime político e a imposição de uma ditadura burocrática policial, de cunho bonapartista, rumo a um novo Ato Institucional Número 5. Uma saída de força tem o limite de evitar o desenvolvimento da revolução proletária, mas conforme a crise avança, a burguesia imperialista se vê obrigada a aumentar os ataques contra os trabalhadores. Esses ataques conduzem, inevitavelmente, ao levante popular. Está colocado para próximo período o endurecimento do regime político e o inevitável confronto aberto entre as classes sociais.


Posição da LPS (Luta Pelo Socialismo) sobre o “Fora Temer!”

O “Fora Temer”, como uma palavra de ordem isolada, é suscetível à dinâmica da política e, portanto, implica em considerar a seguinte questão: quem irá substituir o governo Temer? Para a “frente popular”, encabeçada pelo PT, a saída é estritamente parlamentar: Lula 2018.

A palavra de ordem “Fora Temer!” somente interessa para a luta dos trabalhadores se ela for estendida para “Fora Temer e todos os golpistas!” e adiciona de “Pela unidade dos trabalhadores contra todos os ataques rumo à Greve Geral por tempo indeterminado!”.

Conforme a correlação de forças se transforma, a queda de Temer pode favorecer o endurecimento do regime ou uma saída negociada por meio de uma sobrevida precária da Frente Popular para conter o ascenso dos trabalhadores. Nenhum dos casos interessa aos trabalhadores.

A questão central deve se relacionar com os aspectos transitórios, especificamente com a saída do governo Temer. A extrema direita tenta avançar rumo a uma saída de força. A burocracia e a esquerda reformista buscam as eleições gerais porque para estes setores a luta deve ser enquadrada aos limites institucionais.

Para os marxistas revolucionários, a saída para a crise do governo golpista passa pela construção da Greve Geral por tempo indeterminado no sentido do fortalecimento do poder operário, criando uma situação de duplo poder, rumo à destruição do regime burguês.

Assim como a política do PSTU de “Fora Todos”, aqui também cabe a seguinte pergunta: com a queda parlamentar (o impeachment) de Temer, quem assumira? Seriam os trabalhadores ou a extrema direita?

Na atual conjuntura política, a saída eleitoral, o chamado a “Eleições Gerais”, leva água para o moinho da extrema direita que busca mecanismos para impor um regime político mais duro.

O imperialismo manobra com o objetivo de se fortalecer e impor uma saída extra-parlamentar para a crise, que só pode ser uma saída de força. Por meio da Operação Lava Jato, busca impedir a candidatura Lula e tenta implodir os setores de centro do regime político.

A saída ideal para o imperialismo seria impor uma Constituinte que pudesse direitizar o regime, colocando no centro do funcionamento do Estado as três leis reacionárias, aprovadas ainda durante os governos Dilma: 1. Lei Antiterror, 2. Lei da Organizações Criminosas; 3. Lei Contra a Corrupção. A isso se somaria a aprovação da reforma política, que colocaria a esquerda burguesa e pequeno burguesa para fora do Congresso de uma vez por todas.

O avanço do golpe depende da correlação de forças e do desenvolvimento da luta de classes. A luta com os demais setores da burguesia tende a se acirrar, mas devido à covardia da burguesia nacional, deverá avançar como um trator. O desenvolvimento da crise está levando à aparição de vários setores da burguesia cada vez mais descontentes com a situação da economia. Eles exigem uma solução que, no contexto na crise, só pode ser por meio do aumento dos ataques contra os trabalhadores.

Em cima do colapso econômico, tendem a aparecer novos representantes do nacionalismo burguês, provavelmente a partir da pequeno burguesia. O acirramento da luta de classes deverá colocar no cenário político um peso pesado: a classe operária.

Com o objetivo de fazer avançar a consciência política das massas é preciso, em primeiro lugar, chamar à unificação das lutas contra os ataques. Explicar que a saída é a construção da Greve Geral contra o governo Temer e todos os golpistas. Explicar, ainda, que uma saída eleitoral neste momento é acelerar o processo golpista, já que o Brasil vive sob um golpe de Estado parlamentar, que avançou para o controle do Judiciário e que progride para um regime ainda mais duro. Somente com a luta nas ruas e nas empresas será possível colocar em pé uma alternativa de poder dos trabalhadores.


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