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Debate com a esquerda oportunista sobre a palavra de ordem Fora Temer!

Visão da esquerda oportunista sobre o “Fora Temer!”

fora temerA esquerda oportunista, sob a influência da “frente popular”, encabeçada pelo PT, tem levantado duas palavras de ordens principais contra o governo Temer, “Fora Temer!” e “Nenhum direito a Menos!”. Agora, com o processo de fritura final do governo Temer, foi colocado em primeiro plano a palavra de ordem “Eleições diretas Já!”.

O “Fora Temer”, “Abaixo Temer”, “Pela derrubada de Temer” etc., seriam bandeiras políticas que estariam na ordem do dia e que, portanto, lutar contra a direita golpista seria lutar pela derrota do Temer nas ruas, mas canalizando o movimento de massas para a via eleitoral. Até o último momento, nos ataques derradeiros contra o próprio governo Temer pela extrema direita, que explodiram com as revelações da JBS, a esquerda oportunista o identificava com sendo o núcleo duro da direita golpista. Os vários setores da burguesia não existiriam, não haveria nenhum racha, tampouco divisões entre a direita nacional e o imperialismo. Assim, a palavra de ordem “Fora Temer” seria a bandeira política que sintetizaria todas as bandeiras sindicalistas-economicistas (contra reforma da previdência, terceirização, ensino médio, trabalhista). Ela uniria as reivindicações econômicas com a luta política pela derrota do governo golpista e da burguesia como um todo.

O governo Temer seria o governo da direita golpista. Da patronal golpista: FIESP, FEBRABAN, CNA, do agronegócio, dos monopólios das comunicações etc., ou seja, da burguesia pró imperialista. Foi essa patronal quem teria dado o golpe no Congresso Nacional, via seus partidos, com o aval do judiciário e apoiado pela imprensa burguesa.

Ainda segundo a esquerda oportunista, a LPS chancelava a tese que o governo Temer caia em janeiro deste ano, o que teria um enorme erro de avaliação, já que ele continua de pé aplicando as reformas pró imperialistas. E mais: a tese de que desde janeiro de 2017 a extrema direita vem querendo derrubar o governo só existe na cabeça da LPS. Nem derrubou em janeiro, nem março. Qual seria a próxima data da previsão surrealista da LPS para a queda desse governo?


Visão da LPS sobre o “Fora Temer!”

A LPS considera que a palavra de ordem “Nenhum Direito a Menos!”, que inclusive foi proposta pela própria organização, em 2016, em conjunto com o Movimento Mundo do Trabalho, acabou se tornando muito limitada devido ao verdadeiro tsunami de ataques que têm passado e os que estão em marcha.

A palavra de ordem “Fora Temer!” solta, sem apontar uma alternativa de poder, abre mão à política petista de “Lula 2018” ou, ainda pior, à política da extrema direita que busca se fortalecer para dar um golpe no enfraquecido governo Temer e avançar, por meio de mecanismos extraparlamentares, para impor um regime mais duro, em condições de viabilizar os ataques contra as massas. As próprias eleições de 2018 não são uma certeza dada a enorme fraqueza do governo Temer.

A palavra de ordem que melhor expressa a situação política atual seria “Fora Temer e todos os golpistas!” “Por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo!”. Mas, essas duas palavras de ordem devem ser usadas como elemento de propaganda e não como elemento central de agitação. Dado o atual estágio do estado de ânimo e consciência dos trabalhadores é preciso fortalecer a luta pela Unificação das lutas contra todos os ataques! Pela construção da Greve Geral por tempo indeterminado! Desta maneira, se direciona a movimentação da classe operária para a mobilização e a unidade, o que conduz à saída da paralisia e o começo do furo da contenção social estabelecido pela burocracia.



A questão central é o poder político



Michel Temer é uma marionete fraca do imperialismo. A direita articula sua saída é não será para o “bem” do povo. Falar palavras de ordem que servem à direitaglobo golpista nunca favorecerá a luta. A luta é contra o imperialismo golpista e todas as suas estratégias: judiciário, eleições indiretas, eleições burguesas, etc. Se estivéssemos num período pré- revolucionário, ele seria derrubado pelo povo organizado para tomar o poder. Como não estamos nesse período, essa palavra de ordem serve para agregar confusões, levando para o seio da luta as ilusões na democracia burguesa.

É preciso analisar a evolução da situação política nacional e internacional de maneira dialética, em evolução, e analisando as classes e setores de classe em luta. O governo golpista de Temer tem evoluído como um foguete: ficou adulto rapidamente e agora está em coma, parecendo um “morto vivo”. Hoje, ele não passa de uma rainha da Inglaterra. O “Fora Temer”, embora popular, nunca foi palavra de ordem lúcida contra o golpe, principalmente porque ao ser levantada, de maneira solta, abre passo para o “Lula 2018” ou os outros candidatos da esquerda oportunista. Ou seja, direciona a luta dos trabalhadores à ilusão nas instituições burguesas. Como se a população pudesse mudar sua condição ou resolver seus problemas por meio das eleições burguesas.

Temer é parte da frente popular que o golpe imperialista pretende destruir por completo. Ele foi apenas um “mal necessário” para os planos do imperialismo, uma espécie de “quebra ganhos”. O golpe sobe seus degraus: primeiro tiramos o PT, depois o PMDB, depois o Congresso e aí vem a ditadura.

A partir do dia 8 de março, quando começaram as grandes manifestações dos trabalhadores, o governo golpista entrou numa crise acelerada e não conseguiu maioria para votar os projetos mais impopulares. No entanto, isso não significa que seremos poupados pelas raposas golpistas. Se Temer cair pela direita, via impeachment, o que está colocado como saída são eleições indiretas (pelo Congresso) ou eleições diretas, que são igualmente controladas pela direita pró-imperialista. Temos que aproveitar a crise e intensificar nossa organização, rumo a Greve Geral por tempo indeterminado.

As palavras de ordem devem ter como objetivo mobilizar as massas e não mera propaganda. Não se trata de fazer futurologia, mas de apontar caminhos. O “Fora Temer!” só é válido se for apontada uma saída alternativa, pela via a esquerda. Do contrário, se torna um ultra esquerdismo. Lenin disse: Abaixo o Czar e por um governo operário e camponês (mas a etapa era revolucionária). Sobre o Irak, Trotsky disse: por uma Assembleia Constituinte REVOLUCIONÁRIA, que somente podia ser convocada por um governo operário e camponês (mas a situação era pré-revolucionária ).

A política é dinâmica. As bandeiras unificadoras da esquerda, “Fora Temer!” e “Por Nenhum direito a menos!” estão sendo ultrapassadas. Temer está sendo mantido como um morto vivo pela extrema direita, podendo ser derrubado a qualquer momento por meio das delações da Operação Lava Jato. A Globo começou uma gigantesca campanha afirmando que o regime político atual acabou (seguindo pelos PIGs); e a conclusão, ainda relativamente tímida, deve ser substituído de preferência por uma Constituinte. Tais fatos também comprovam que essas palavras de ordem estão ultrapassadas. Se for colocado a seco, como a esquerda faz, leva água para o moinho da direita ou do Lula 2018. Ambos são contrarrevolucionários. Começa a ser denunciado o novo golpe dentro do golpe: “Abaixo o golpe da Constituinte!”

Neste momento, é preciso acumular forças chamando a unidade dos trabalhadores contra os ataques! Construir a Greve Geral por tempo indeterminado para derrubar o governo Temer e todos os golpistas!

Por último, é preciso denunciar as eleições manipuladas pelos golpistas da Lava Jato e da extrema direita a serviço do imperialismo.


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