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Debate com a esquerda oportunista sobre programa, organização e métodos

Visão da esquerda oportunista

Conforme análise da esquerda pequeno burguesa, os problemas organizativos e de métodos são de programa. Métodos errados levariam a fins errados. Por exemplo, defender a revolução proletária obrigatoriamente teria relação com o centralismo democrático e com o avanço das massas até a tomada do poder armado e da revolução. O PSTU se diz revolucionário, mas defende a ilusão eleitoral e o governo dos trabalhadores como forma de avançar ao socialismo. Haveria nessa postura do PSTU um problema grave de programa que incide no método eleitoral. No caso do PCO e de outros partidos pequeno burgueses, muito pequenos, que se dizem revolucionários e concentram toda a formação política e decisões num único militante ou em poucos: haveriam militantes que pensam e outros só para serem piões. O problema se relacionaria com o programa nacional trotskista; por isso adotam o método do centralismo burocrático.

A LPS (Luta Pelo Socialismo), por sua vez, trataria o método no partido revolucionário como algo que nada tem a ver com o programa. Por isso, apareceria na militância da LPS defensores de Bolsonaro, de ex-coxinha e da Operação Lava Jato. Isto não seria “pessoal”, mas sim um problema político. Por exemplo, se um militante concorda com a LPS, mas ele é traficante de uma facção ou rouba, etc., iríamos concordar com essa postura individual? Por que os partidos revolucionários defendem o auto financiamento e são contra as práticas foquistas e os assaltos como forma de arrecadação financeira? Isso seria um problema de método e de programa. Por isso, a conduta prática moral de um militante não poderia ser contrária à seus princípios. As condutas erradas da militância levariam a uma organização “frouxa” e sem disciplina. Isso seria um problema de fundo.

Ainda segundo a esquerda oportunista, a LPS que ser um partido disciplinado na teoria, mas fecharia os olhos para as questões locais organizativas, que são soltas, típica do morenismo ou dos estalinistas: basta uma forte tendência na direção para comandar uma base tarefeira. Esse método nada teria a ver com o partido de quadros.


Posição da LPS

debate metodoÉ verdade que o método não é algo isolado do programa. Inclusive porque não existe nada isolado. O método, assim como as questões programáticas, representa a materialização do programa e da política de qualquer partido operário revolucionário, incluindo a LPS. Mas o método depende do programa. Por esse motivo, o primeiro passo para alguém que queira militar numa organização é concordar com o Programa. O segundo, com a política. O terceiro com a organização e os métodos. Ou seja, há uma escala de importância. Por exemplo, mesmo que uma pessoa concorde com os métodos e a política, isso será irrelevante se não houver uma concordância com o programa do partido.

As questões de métodos não deveriam ser motivo de ruptura política. Questões programáticas sim. No caso da LPS, uma organização que se reivindica revolucionária e marxista, não é possível militar com mais de um programa ou com divergências programáticas. A LPS não é o Psol.

As acusações de que “aparece na militância LPS defensora de Bolsonaro, ex-coxinha, Lava Jato” etc., nada mais são do que calúnias – um método típico da esquerda oportunista. NENHUM militante da LPS defende a Lava Jato nem o Bolsonaro. A posição da LPS sobre isso é clara. São incontáveis as matérias da LPS contra a Lava Jato, analisada como o braço direito do imperialismo no Brasil. No caso do Bolsonaro, a organização escreveu um documento para explicar a questão. (ver documento “Bolsonaro tem direito a falar?”, disponível em: http://www.lpsmundo.org/especiais/texto/523-bolsonaro-tem-direito-a-falar). Se algum elemento da periferia, que não seja militante orgânico, mas apenas simpatizante, fizer alguma defesa do gênero, a postura da Organização é de discutir abertamente o problema. Se for militante, poderá ser sancionado, conforme o Programa e os Estatutos da LPS.

Há três condições que precisam ser cumpridas para se tornar um militante da LPS, conforme estabelecidas nos Estatutos, aprovados pelo I Congresso da Organização, que aconteceu no mês de abril de 2017: aceitar o Programa, militar num dos organismos da LPS e cotizar. Quem não as cumprir, de acordo com as resoluções do I Congresso da LPS, será rebaixado para simpatizante. A partir daí, poderá ser aberta uma nova discussão.

Para "elevar a corrente ao leninismo" é preciso, em primeiro lugar, militar disciplinadamente nela. O papel do Comitê Central da LPS, eleito no Congresso, é ser um instrumento operacional das decisões do I Congresso da LPS e não se auto atribui o direito de ficar mudando critérios contra essas decisões. Essa política está baseada no centralismo democrático que é oposto ao centralismo burocrático praticado pelas organizações da esquerda integrada ao regime, que funciona como uma ditadura burocrática controlada por parlamentares, ou elementos da burocracia sindical ou universitária.


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