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Temer em desespero

O golpista Michel Temer é o presidente de menor aprovação popular da história. A avaliação negativa do peemedebista atingiu 75,6% dos entrevistados pela pesquisa CNT/MDA, realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). Sem o mesmo o esforço do Partido da Imprensa Golpista (PIG), que se esforçou ao máximo para destruir a imagem de Dilma Rousseff, Temer conseguiu uma menor aprovação que o governo anterior, que atingiu 70,9% de rejeição em julho de 2015.

E a competição não é fácil. Vários outros presidentes foram também péssimos. Porém, Temer está batendo todos os recordes negativos. Seu governo, que se originou de um golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, está lidando com a pior crise econômica da história do capitalismo. Apenas no país que é o centro do sistema, os Estados Unidos, a dívida pública alcança a casa de US$20 trilhões.

Como os países centrais também passam pela crise econômica, há um esforço hercúleo para tentar manter os lucros dos grandes capitalistas. A práxis comum nesses momentos é tanto retirar todos os direitos do proletariado e também jogar os piores efeitos da crise econômica para os países mais atrasados. Dessa forma, tenta-se manter os privilégios de uma minoria em cima da exclusão de direitos fundamentais do grosso da população.

Como um bom cachorro do capital, Temer tem imposto um “pacote de maldades” contra a maior parte da população brasileira. Isso fica claro com as ações do governo, iniciadas com a Proposta de Emenda à Constituição nº 55 (PEC55), que limita os gastos do governo com áreas fundamentais como saúde e educação, passando pela Reforma Trabalhista, que acaba com os direitos fundamentais da classe trabalhadora, e desembocando agora na tentativa de imposição da Reforma da Previdência que, na prática, fará com que os trabalhadores aposentem apenas quando for à hora de se deitar no caixão. Não é, portanto, de se estranhar a intensa rejeição popular ao governo golpista.


Manter a farsa do crescimento econômico
Nesse cenário, para tentar resgatar um pouco de sua popularidade e para tentar amenizar os efeitos das reformas que vêm promovendo, Temer liberou, no trimestre passado, o saque das contas inativas do FGTS. Foi um bote salva vidas para a economia nacional. Com os saques, houve um aquecimento do setor de consumo, que na prática levou ao “surpreendente” crescimento de 0,2% da economia. Um crescimento falso, sem embasamento na produção, com efeito extremamente efêmero. O setor da indústria continuou em recessão e a agropecuária, com colheita de 70% da safra, manteve apenas o mesmo desempenho que o período anterior.

Porém, com auxílio do PIG, Temer alardeou a retomada do rumo da economia brasileira. Como foi minimamente – e falsamente – funcional, o governo lança agora a mesma carta. Dessa vez com a liberação do saque do PIS/PASEP. A partir de 19 de outubro, homens com idade acima de 65 anos e mulheres com 62 anos ou mais poderão exercer o saque. Se o cotista for falecido, os herdeiros poderão pegar para si os recursos.

A medida irá liberar R$15,9 bilhões para 7,8 milhões de pessoas. A maioria dos cotistas irá conseguir resgatar ao menos R$750. Não há data limite para o saque, mas como a situação econômica da maioria dos brasileiros é atualmente desesperadora, é provável que os saques sejam feitos imediatamente. É importante, antes de mais nada, ressaltar que o “fundo” não é concessão do governo golpista. O fundo PIS/PASEP é fruto da contribuição de trabalhadores do setor público e do setor privado.

Essa é, na verdade, mais uma medida desesperada do governo golpista de Michel Temer. De fato, o saque foi antecipado. Afinal, os saques só poderiam ser realizados por trabalhadores que completassem 70 anos. Mas, a intenção é tentar forjar, novamente, um crescimento a partir do consumo. Michel Temer sabe que todas as suas ações contra os trabalhadores, mais cedo ou mais tarde, levarão ao crescimento da já imensa rejeição contra seu governo. Ao tomar esse tipo de medida, Temer não está atuando a favor de ninguém que não seja dele mesmo. Quer se salvar, lançando mão de medidas efêmeras, que de maneira nenhuma servirão para melhorar as condições de vida da classe trabalhadora brasileira. Ao mesmo tempo, se salva com a burguesia, retirando direitos dos trabalhadores, atuando como agente do imperialismo.


Desespero de todos capitalistas
Bem a verdade, Temer é a representação brasileira do que ocorre em todo o mundo. O capitalismo, de conjunto, está em crise. Tanto é assim que as reformas que estão sendo impostas por Temer encontram eco em outros lugares do globo, como na França, em que o governo Macron tenta impor à força uma reforma trabalhista. Lá, porém, encontra uma oposição mais firme dos trabalhadores, que até fogo em carro da polícia já botaram, em imagem que rodou o mundo.

Importante ressaltar que essas medidas que visam “apenas” retirar todos os direitos básicos da classe trabalhadora não estão sendo o suficiente para salvar os lucros dos capitalistas. Afinal, nem em 1929 o capitalismo enfrentou uma crise tão grande. Nunca antes a especulação financeira teve lugar tão importante na economia global. Cerca de 80% do dinheiro do mundo inexiste, sendo apenas fruto de especulação, sem nenhum lastro com a produção. Dessa forma, o último recurso do capitalismo para se salvar é uma guerra de largas proporções que destrua a produção, de forma a retomar novamente o crescimento; e ela está ficando cada vez mais próxima.

O capitalismo é cruel por essência, uma vez que seu principal fundamento é a exploração do homem pelo homem. Seja através de medidas que servem apenas para manipular os dados, e forjar crescimento, como o saque do PIS/PASEP que está sendo colocado em prática pelo governo Temer, seja através da retirada dos direitos básicos da maior parte da população, seja através de uma guerra de grandes proporções, aos capitalistas nada que não seja salvar seus próprios lucros interessa. Dessa forma, não há libertação possível que não seja a destruição das bases materiais que dão sustentação ao sistema. A luta de toda a classe trabalhadora e de todos os povos oprimidos deve ser em direção à luta pelo fim do capitalismo, pela construção de um novo modelo de sociedade que coloque na ordem do dia o fim da exploração do homem pelo homem, ou seja, da sociedade de classes. Este novo modelo de sociedade é o socialismo.


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