
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Minas Gerais convoca, para o dia 05/11/2025, as suas entidades filiadas a estarem na Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG) a fim de tentar barrar a aprovação, em segundo turno, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/2023, a chamada “PEC do Cala Boca”, que retira da Constituição mineira a exigência de consulta popular (referendo) para a privatização da COPASA (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) e abre caminho para as privatizações de outras estatais. Elas foram orientadas a convocar paralisação total das atividades de suas categorias representadas.
A primeira votação ocorreu na calada da noite do dia 24/10, em meio aos protestos dos trabalhadores da COPASA e de movimentos sociais e sindical, que foram às ruas e lotaram a ALMG, numa histórica manifestação em defesa do direito do povo ao referendo para decidir se permite a privatização da Empresa. A Luta Pelo Socialismo (LPS) esteve presente, solidarizando-se com essa que é uma luta de todo o povo mineiro, pois a privatização da água significará o aumento das tarifas e a queda da qualidade dos serviços.
A COPASA atende quase 99,4% da população com abastecimento de água e 74% com tratamento de esgoto em sua área de atuação em todo o Estado. Sua capacidade sustentável é elogiada, pois distribui lucro líquido altíssimo para o governo e acionistas. Por isso mesmo os privatistas querem que esses lucros sejam embolsados por empresários que não investirão na melhoria dos serviços. Como toda privatização de empresas estatais, cujos serviços são essenciais para o bem-estar da população, este pode ser considerado um dos maiores escândalos patrocinado pelo governo Zema e pelos deputados irresponsáveis, que ficará registrado na História de Minas Gerais.
A manobra de Romeu Zema com a PEC do "Cala a Boca" confirmou se tratar da "abertura total das porteiras" para o desmonte do Estado, a entrega de estatais estratégicas e a destruição do patrimônio construído com o suor do povo mineiro. Durante o debate na Comissão Especial para aprovação da PEC em 2º turno, tentaram, numa manobra sórdida, incluir a GASMIG (Companhia de Gás de Minas Gerais) no texto. A investida, orquestrada pelo relator da PEC na Comissão, deputado Gustavo Valadares (PSD), só foi retirada horas depois, em um recuo tático, pelo líder do governo na Assembleia, deputado João Magalhães (MDB), devido à pressão e aos enfrentamentos da oposição e dos movimentos sociais.
Não restam dúvidas quanto à política de desmonte do Estado mineiro imposta pelo governo Zema! Outras empresas públicas como CEMIG, PRODEMGE, CODEMIG são exemplos do rastro de sucateamento dos serviços públicos deixado pelo governo. Isso sem falar no aumento da dívida estadual e nos retrocessos sociais e fiscais.
Não podemos permitir esses ataques! É preciso organização, unidade e mobilização da população mineira em defesa do seu patrimônio.
Todo apoio à luta dos trabalhadores da COPASA!
Foto: Sindágua/MG