Recentemente, nos dias 15 e 16 de maio, os trabalhadores dos Correios do Paraná deram uma resposta clara e contundente, nas eleições sindicais, ao contexto de intensa ingerência da direção da Empresa, que busca enfraquecer a organização sindical da categoria. A chapa "Resistência e Luta", venceu o pleito representando a atual diretoria do Sindicato, que teve, assim, reconhecido seu excelente trabalho na gestão 2022-2025.
O cenário atual dos Correios no Brasil é uma encruzilhada crítica. A agenda neoliberal da extrema-direita continua a forçar o processo de privatização que não só ameaça um serviço público vital para a soberania nacional e a inclusão social, mas também a vida e a dignidade de milhares de trabalhadores. Essa ameaça é potencializada pela ingerência da direção da Empresa, que, em muitos casos, age de forma alinhada aos interesses da privatização, implementando medidas que resultam no sucateamento e na "privatização por dentro".
Essa ingerência se manifesta em diversos aspectos que afetam diretamente o cotidiano da ECT e de seus funcionários: descumprimento do acordo coletivo de trabalho, falta de investimentos em infraestrutura e tecnologia, precarização das condições de trabalho, cortes de pessoal que sobrecarregam os remanescentes, além do desmonte gradual de conquistas históricas da categoria. O objetivo é claro: desvalorizar a Empresa aos olhos da população, criando um ambiente propício para a sua venda, muitas vezes em condições desfavoráveis ao interesse público.
Em meio a essa ofensiva, que se utiliza da desinformação e de “Fake News” para manipular a opinião pública sobre a real situação dos Correios, o papel dos sindicatos e, em especial, da esquerda organizada se torna mais do que fundamental. Eles são a linha de frente no enfrentamento a essas tentativas de desmonte, lutando incansavelmente para garantir os direitos dos trabalhadores e a manutenção de uma empresa pública, eficiente e estratégica.
O SINTCOM-PR, Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná, serve como um exemplo dessa resistência e engajamento, enfrentando uma oposição de uma chapa que, na prática, representava os interesses da direção da Empresa. No entanto, a participação massiva e a votação histórica resultaram na reeleição da gestão "Resistência e Luta", com uma vantagem de aproximadamente mil votos sobre a "chapa do patrão". Esse resultado não é uma simples vitória eleitoral, mas a demonstração da confiança, do reconhecimento dos trabalhadores na atual gestão do sindicato e do desejo de manutenção de um projeto político baseado na luta contra as privatizações e defesa dos interesses dos(as) trabalhadores(as).
A vitória da chapa 1 é um recado claro: os trabalhadores dos Correios do Paraná não aceitam a ingerência das direções da Empresa em seu sindicato porque estão dispostos a lutar por seus direitos e pela manutenção da empresa pública.
A experiência acumulada durante a campanha eleitoral e a situação geral dos Correios ressaltam a urgência da esquerda em trabalhar de forma coesa e estratégica para impedir o desmonte e a privatização dos Correios. Isso implica em algumas ações essenciais:
Salvar os Correios e garantir os direitos dos trabalhadores é uma causa que transcende a pauta corporativa; é uma luta pela soberania nacional, pela inclusão social e pela defesa do patrimônio público. A experiência de resistência e vitória como a do SINTCOM-PR serve de inspiração e reforça a necessidade de que a esquerda continue unida e combativa para reverter o cenário atual e construir um futuro de prosperidade e dignidade para os Correios e seus trabalhadores.