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Milei, capacho do imperialismo, quer mandar ajuda militar à Ucrânia

No início de abril, o presidente de extrema-direita da Argentina, Javier Milei (Partido Libertário), declarou em entrevista à CNN que está avaliando, junto ao governo ucraniano, qual o tipo de ajuda militar seu País poderia prestar para a guerra contra a Rússia. O conflito é promovido pelos Estados Unidos da América e seus aliados, os países imperialistas europeus e, neste sentido, a proposta de Milei mostra, mais uma vez, sua subserviência a eles. Ele ainda informou que está prevista a realização de um fórum em defesa da liberdade da Ucrânia na América Latina.

“[A ajuda à Ucrânia] é algo que está sendo discutido pelo ministro Luis Petri, nosso ministro da Defesa, com as autoridades da Ucrânia, para ver em que podemos colaborar”, disse Milei, sem especificar qual o tipo de ajuda poderá ser oferecida. Apesar da intenção, a Argentina tem pouco poderio militar e o que existe está obsoleto, de pouca serventia para o tipo de guerra que está sendo travada. O apoio militar também precisará passar pelo crivo do Congresso, o que pode frustrar os planos do presidente, como ocorreu com os principais projetos apresentados pelo governo, inseridos na Lei Omnibus (pacote com o qual planejava realizar uma dura reforma liberal) e no Decreto de Necessidade e Urgência (que viabiliza a desregulação econômica da Argentina, facilitando os processos de privatizações). A participação direta com envio de militares, seja para atuar no fronte, ou para ajudar nos treinamentos, também não parece viável.

A Argentina passa por uma crise econômica há mais de uma década, intensificada com a política da atual gestão. Com taxas de inflação chegando a mais de 270% em um ano e o aumento disparado da pobreza, Milei tem focado sua atenção para questões militares, com declarações de querer retomar as Malvinas, numa repetição do que foi a ação do governo militar em 1982, que tentou retomar as Ilhas da Inglaterra, iniciando e perdendo a chamada Guerra das Malvinas. O presidente também prevê a possibilidade de construção de uma base militar dos EUA em solo argentino, além de ter declarado apoio à Israel em seu massacre contra os palestinos.

Milei tem adotado uma política de completo alinhamento aos interesses políticos e econômicos dos EUA desde sua campanha eleitoral, que tinha como uma das principais bandeiras acabar com o Banco Central argentino e dolarizar a economia do País. Uma clássica política da extrema-direita que tem se levantado nos países da América Latina: usam o discurso nacionalista para defender a submissão ao imperialismo norte-americano. Na última quinta-feira (18), a Argentina apresentou uma carta de intenções para se tornar parceira global da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), capitaneada pelos EUA.

A oferta de ajuda à Ucrânia, feita por Milei, não passa de uma caricatura da proposta que tem sido feita pelo presidente da França, Emanuel Macron, de mandar soldados para a guerra na Ucrânia. No entanto, enquanto a França tem real capacidade de alterar a correlações de forças e fazer o conflito escalar de forma perigosa, a atuação da Argentina apenas iria gastar recursos que são imprescindíveis para contornar a crise econômica interna e poderia afastar parceiros comerciais importantes. A presença do nazista Zelensky na posse de Milei, o apoio à Israel e, recentemente, ao bilionário Elon Musk, comprova que o governo argentino trabalha para fortalecer a Internacional Fascista que ronda o mundo atual, enquanto mantém uma política de terra arrasada, que elevará a crise da Argentina a patamares colossais. 
 


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