• Entrar
logo

A mobilização estudantil na FUP/UnB campus Planaltina diante da greve nacional

Cerca de 40 estudantes do curso de Licenciatura em Educação do Campo participaram, no último dia 15, da manifestação em apoio ao movimento grevista dos professores e técnicos das Universidades e Institutos técnicos Federais, com palavras de ordem para que os mesmos também olhassem para a categoria estudantil. Está sendo discutido em assembleias, possíveis greves, piquetes e outras mobilizações estudantis para que suas demandas sejam atendidas e os estudantes escutados. 

A Faculdade UnB Planaltina - FUP tem sido o centro de mobilizações estudantis da Universidade de Brasília, UnB devido à suspensão das bolsas quilombolas e à falta de investimento na infraestrutura do Campus. Os estudantes têm se reunido, junto ao seu Diretório Central, para apresentar várias demandas que não estão sendo cumpridas pela reitoria e pela direção do campus. 

O alojamento onde ficam hospedados por volta de 110 estudantes, por etapa, em que a maioria são kalungas e quilombolas, está sem manutenção, com goteiras nos quartos, encanamentos entupidos, quartos sem banheiros, camas quebradas e utensílios como geladeira e micro-ondas danificados. Há o relato de um servidor apresentando partes em que o teto da estrutura está mole e com risco de queda. 

Houve também a suspensão da Bolsa Permanência MEC, que foi repassada para a UnB, mas o valor da bolsa, de R$1400,00, não chegou para a maioria dos estudantes quilombolas com vulnerabilidade socioeconômica, matriculados na Universidade. O argumento é que, como o curso de Licenciatura em Educação do Campo é feito em alternância, os estudantes receberão no período que estiverem em Tempo Universidade, ou seja, por 2 meses. Assim, no período em que os estudantes estão em suas comunidades, embasando suas pesquisas e aplicando seus conhecimentos, não recebem a bolsa. Essa suspensão já foi debatida pelos estudantes com a reitoria da UnB e está sendo analisada, com a promessa de voltar a ser paga no próximo mês. Porém, os meses que não foram pagos, desde fevereiro, não serão ressarcidos. 

Essas pautas são algumas das que têm movimentado os estudantes do Campus de Planaltina neste momento de greve. Além disso, questões de segurança e racismo no Campus também tem efervescido a mobilização. 

O governo Lula, eleito com o apoio dos que lutam por Educação Pública de qualidade para todos, tem como obrigação atender as demandas dos servidores e estudantes das instituições públicas. A tarefa está sendo dificultada pela força de um arcabouço fiscal que limita os investimentos no setor público. No entanto, diferente dos governos anteriores, que não escondiam seus planos de destruir e privatizar a Educação e a pesquisa, agora está aberto o canal de negociações para estabelecer diálogos com a comunidade universitária. É fundamental que a mobilização continue e se fortaleça para que o governo consiga, na correlação de forças entre trabalhadores e mercado financeiro, pender para o lado da classe trabalhadora. 
 


Topo