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Zema quer acabar com a Filarmônica de Minas Gerais

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO), tomou uma decisão que pode acabar com a Orquestra Filarmônica do estado. No último dia 05 de abril, o governo assinou um acordo para que a sede da orquestra, a Sala Minas Gerais, seja entregue para a administração da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG).

A Sala Minas Gerais, além de ser o palco para as performances da Filarmônica, tem sido um ponto focal para a promoção da cultura e da música clássica no estado e possui renome internacional. Sua importância vai além das apresentações regulares, servindo como um espaço de encontro para artistas locais e internacionais, bem como para a educação musical através de programas de formação e ensaios abertos à comunidade.

A decisão do governo de Minas Gerais de encerrar o contrato com o Instituto Cultural Filarmônica (ICF), responsável pela gestão do local e da orquestra, levanta sérias dúvidas sobre as motivações por trás dessa mudança. Enquanto o governo afirma que o fim do contrato foi solicitado pelo ICF, a instituição nega veementemente essa alegação, deixando claro que deseja continuar operando no espaço.

Além disso, a justificativa do governo de que o espaço é subutilizado devido ao número relativamente baixo de apresentações por ano parece ignorar o amplo leque de atividades e eventos que ocorrem na Sala Minas Gerais. Os ensaios abertos, atividades educacionais e outras iniciativas promovidas pela orquestra contribuem significativamente para a vida cultural e educacional do estado, ocupando o espaço por uma grande parte do ano.

Há o receio de que, para a utilização do espaço para outros fins, sejam feitas alterações no auditório que foi desenhado especificamente para a apresentação de orquestra. 

Fica evidente que a transferência da gestão da Sala Minas Gerais para a FIEMG não é apenas uma questão de administração de um espaço físico, mas sim um assunto que afeta diretamente a continuidade da orquestra. A Filarmônica enfrentará desafios significativos para encontrar uma nova sede adequada e manter suas operações sem interrupções, o que pode comprometer seu papel essencial na comunidade e seu prestígio internacional como uma das principais orquestras do Brasil.

O governo Zema segue à risca a lógica neoliberal de destruição dos serviços públicos e entrega do patrimônio público à iniciativa privada. O pretexto é melhorar a administração pública, reduzindo o tamanho do Estado. Na prática, significa jogar nas mãos de grupos privados, tudo o que foi construído com dinheiro do povo, prejudicando a oferta de serviços em benefício de todos, como o acesso ao excelente trabalho da Filarmônica. 
 

Foto: Rafael Motta


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