• Entrar
logo

Gaza: sinal verde para matar! Cessar-fogo e ajuda humanitária, negados!

O mundo testemunha estarrecido a hipocrisia dos governos dos Estados Unidos e do seu pupilo, o Estado de Israel, aprofundada com a atual guerra contra os palestinos, a crise no Oriente Médio e a perda de credibilidade do Conselho de Segurança da ONU.

Por duas vezes, em menos de uma semana, o império estadunidense mostrou suas garras e impediu o cessar-fogo imediato contra a Palestina e a criação do corredor humanitário na Faixa de Gaza. O Conselho de Segurança da ONU, que está sendo temporariamente presidido pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, convocou uma primeira reunião, em caráter de urgência, após 10 dias de intenso ataque israelense na Faixa de Gaza contra a população civil palestina. O encontro dos países membros do Conselho seria a tentativa de conter Israel nesta violenta etapa de sua guerra colonial. Israel, por meio de seu primeiro-ministro de extrema direita, Benjamin Netanyahu, aproveita-se de uma contra ofensiva do grupo Hamas para colocar em prática seu plano de extermínio dos palestinos.

As lideranças do partido Democrata são conhecidas como “senhores da guerra” e têm à frente Joe Biden, que não votou na resolução apresentada pela Rússia na primeira reunião do Conselho de Segurança da ONU, ocorrida dia 16 de outubro, em caráter de urgência, que pedia um cessar-fogo imediato, corredor humanitário, liberação dos reféns com segurança e a não condenação ao Hamas. Após um dia de discussão, a referida proposta, com 5 votos favoráveis, 4 contra e 6 abstenções, não obteve aprovação.  No segundo momento, dia 17, foi votada a resolução apresentada pelo governo Lula, que pedia o corredor humanitário, o cessar-fogo e, diferentemente da russa, condenava as ações do Hamas. Essa proposta obteve 12 votos favoráveis e 2 abstenções, sendo aprovada, então, por ampla maioria, porém vetada pelos EUA. Para se aprovar uma resolução na ONU, faz-se necessário o apoio de 9 dos 15 membros e nenhum veto ao texto pelos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, que são: China, Rússia, Estados Unidos, França e Reino Unido. Enquanto isso, os palestinos residentes em Gaza encontram-se sem água, alimentos e medicamentos.
 
Antes mesmo de ocorrer a reunião do Conselho de Segurança, o governo Biden já havia dado sinal verde para o governo de Netanyahu atacar, sem piedade, a população de mais de 2 milhões de palestinos que vivem sob a tutela de seus colonizadores israelenses, na faixa de Gaza. Trata-se de uma guerra colonial, totalmente assimétrica, o que, por si só, deve ser considerado um crime de guerra. Não há dois países em guerra. Não há dois exércitos regulares. Os crimes de Israel, referendados pelos EUA, vão além do que se conhece por crimes de guerras.

A resolução apresentada  por Lula, mesmo condenando o Hamas, para atender à narrativa do governo estadunidense,  fracassou  na tentativa de uma saída negociada para o “cessar fogo”. Ledo engano foi acreditar que rebaixando a proposta, o cessar fogo seria possível e o corredor humanitário garantido. O governo estadunidense, para defender Israel, seu braço armado no Oriente Médio, está cego e mudo perante os apelos mundiais. Não há mais limites!  Netanyahu, sob a benção de Biden, pode massacrar os palestinos ao seu bel prazer.

O veto dos EUA pôs em dúvida a eficácia e a necessidade de existência da própria ONU, em particular, do seu Conselho de Segurança. Na verdade, o império norte-americano quer legalizar o direito de Israel fazer o que quiser, sem condenação moral e sem acusações de cometimento de crimes de guerra. A alegação apresentada para o referido veto é a de que Israel tem o direito de autodefesa.  E o que dizer dos colonizados palestinos?

O veto estadunidense, de forma isolada, se contrapõe não apenas aos países membros do Conselho de Segurança, mas a uma maioria de países mundo afora. Tal política coloca os dois governos em xeque diante da emergente nova ordem mundial, mesmo que não ocorra uma invasão por terra. Cada vez fica mais visível a derrota política dos que lutam contra a existência de um mundo multipolar. É bom lembrar que militar e politicamente não estamos na década de 1970 e os planos do governo sionista de Israel e do governo dos democratas americanos, de dominar o que resta dos territórios palestinos para manter a influência dos EUA em todo território árabe estão em desacordo, não só com o mundo árabe, mas com os interesses de todo o chamado Sul Global. Perder o controle da região pode significar o aceleramento da desagregação do império estadunidense. 

Tentar tomar de vez todo território palestino pode ser a última escalada estadunidense no Oriente Médio. Não é à toa que Biden, pessoalmente, e pessoas de proa do seu governo se fazem presentes em Israel. Uma luta de vida ou morte para manter a hegemonia, mesmo em se tratando de uma sobrevida do Império.

Não será possível expulsar os palestinos na Faixa de Gaza sem um rio de sangue. O cessar-fogo deve ser imediato, assim como a abertura do corredor humanitário para socorrer os civis mais atingidos durante os ataques ilegais de Israel contra a população civil palestina. A resolução da questão humanitária da Palestina precisa ser superada. A mobilização popular em escala mundial é um instrumento poderoso para exigir o cessar-fogo imediato contra os palestinos, uma vez que o Conselho de Segurança da ONU tem falhado em seus objetivos.

Ao que tudo indica, está prevista a realização de uma nova reunião hoje, dia 24 de outubro. Veremos em definitivo a capacidade ou não do Conselho de Segurança da ONU cumprir o que seria uma de suas principais atribuições, a manutenção da paz. Apoio incondicional a luta dos palestinos! 
 


Topo