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Fora Tarcísio Genocida!

Na próxima quinta-feira (3), às 18h, ocorrerá um ato em repúdio à chacina do Guarujá, em frente à Secretaria de Segurança Pública (SSP), no Largo São Francisco, região central de São Paulo. A manifestação está sendo convocada pela "Coalizão Negra por Direitos" e tem como uma de suas palavras de ordem a saída de “Tarcísio Genocida” do poder, em referência ao fato de o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ter declarado estar "extremamente satisfeito" com a operação policial em que, aqueles que são pagos para garantir a segurança da população, agem por vingança e acertos de contas, acima da lei, decretando penas de morte aleatórias e cientes de sua impunidade.

Até o fechamento desta matéria, a SSP havia confirmado 14 mortes na chamada Operação Escudo, orquestrada pela Polícia Militar no Guarujá, Baixada Santista, como resposta à morte do soldado Patrick Reis, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), na última quinta (27). 
Chacinas e violência contra as populações periféricas são parte do modus operandi das PMs no Brasil, sendo a paulista detentora dos maiores índices de assassinatos. O portal G1 levantou que a atual operação da PM já é a mais letal no estado de São Paulo desde os "crimes de maio" de 2006, quando as forças de segurança reagiram aos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) e mataram ao menos 108 pessoas, segundo a Defensoria Pública. 

O governo de São Paulo afirma que todas as vítimas “morreram ao entrarem em confronto com as forças de segurança”, mas os relatos dos moradores contestam essa versão. Segundo eles, sob o amparo da Operação Escudo, na madrugada do domingo (30), soldados teriam ido às ruas para vingar a morte do colega, causando terror, matando e torturando inocentes. Há relatos também de PMs nas redes sociais celebrando e contando os assassinatos. Segundo reportagem do portal Brasil de Fato, um perfil atribuído ao soldado Raniere, que trabalha no 21º Batalhão da Polícia Militar, que atende os municípios do Guarujá, Cubatão e Bertioga, publicou uma sequência de imagens e vídeos no Instagram falando sobre a operação. Às 22h do sábado, o perfil postou uma imagem com uma caveira com a boina da Rota e a frase "atualizando: são -9" ao lado da imagem de um caixão. Na manhã deste domingo, às 10h, o perfil voltou a ser atualizado: "Para o conhecimento: atualizando o placar até o momento 12x1. Mais um vagabundo para a pedra.... Por volta das 08h de hoje na Vila Edna."

A Operação Escudo teve início na Baixada Santista na última sexta-feira (28), com cerca de três mil policiais militares de 15 batalhões. Sob terror, moradores relatam, em denúncias colhidas pela Ouvidoria, que policiais ameaçam matar 60 pessoas. Esse tipo de ação, Tarcísio de Freitas chamou de "profissionalismo" e "ordem para garantir o progresso", comprovando o caráter fascista e genocida de seu governo.

Parte da população, que se sente insegura e vê o problema da criminalidade pela ótica dos programas televisivos que fazem do tema um espetáculo lucrativo e repleto de preconceitos de classe, apoia a repressão policial acreditando que nela está a solução para a violência. No entanto, quando a PM, braço armado de um Estado que não resolve os problemas básicos dos moradores das periferias, como infraestrutura, saúde, educação e emprego, age acima da lei e manda recado para o povo pobre e negro de que os direitos de cidadãos não lhes pertencem, a violência tende a crescer.

No ano passado, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), emitiu um alerta sobre a tragédia social no Brasil, referente à violência policial, denunciando que ocorreram 593 chacinas no País em 14 anos. Os alvos estão nas costas do povo pobre e negro dos aglomerados e favelas. Tarcísio de Freitas, aliado de Bolsonaro, mostra a que veio ao se transformar no governador de São Paulo, estado detentor da PM mais violenta do País: reprimir o povo das periferias que, nas eleições, não apoia a extrema direita, agradar a base eleitoral conservadora e racista do bolsonarismo e implementar, pela força, seus planos de austeridade econômica contra os interesses da classe trabalhadora.

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