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OTAN em crise: EUA caem atirando

Os países imperialistas se colocam mais uma vez à frente de outra guerra com objetivos políticos. E não é qualquer guerra. Trata-se de uma luta de vida ou morte de um sistema econômico hegemônico, ameaçado de ruir. A aliança militar e financeira entre esses países se dá através da OTAN – Organização do Atlântico Norte, braço direito dos interesses dos EUA. 

Desta vez, a guerra tem como principal alvo a Rússia e ocorre no território Ucraniano, desde que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu para ingressar na OTAN. Zelensky chegou ao poder em consequência dos protestos instigados pelo imperialismo ocidental, que, em 2014, levaram à derrubada do governo pró Russia de Victor Yanukovych. Os métodos foram os mesmos utilizados em vários países, com a instalação de uma Revolução Colorida que, na Ucrânia, ficou conhecida como “EuroMaidan”, em referência à praça Maidan, onde os manifestantes se concentravam. 

Toda essa manobra, que vai custar caro para a população ucraniana, busca impedir a formação do bloco euroasiático, a partir do boom” do novo caminho da seda, e, assim, tentar manter a hegemonia imperialista ocidental, tendo os EUA como país mais importante. Ao que tudo indica, a Ucrânia, além de diminuir de tamanho territorial, se encontra praticamente “vendida” às grandes corporações financistas, principalmente estadunidenses. 

A OTAN foi originalmente criada por 12 países, em 1949, após a Segunda Guerra Mundial, tendo como objetivo principal fazer o enfrentamento a então União Soviética, URSS. A princípio, tinha prazo de vencimento, ou seja, deveria acabar com a dissolvição da URSS e do Pacto de Varsóvia,  que era, em contrapartida à OTAN, uma aliança militar entre a URSS e outras sete repúblicas socialistas da Europa oriental. Porém ela, além de não se desfazer, como previsto após o período da guerra fria, em 1991, passou a incluir países do leste Europeu e recentemente países da região nórdica. A mais recente adesão à organização foi da Finlândia, neste ano. Com a oficialização da entrada da Suécia, serão 32 países membros, muitos deles ou fizeram parte do bloco soviético, ou foram aliados, ou fazem fronteira com a Rússia, como Lituânia e Polônia. Dados seu poderio bélico e a parceria com a China na criação de uma nova ordem mundial multipolar, a Rússia  passou  a ser alvo  de “destruição”.

A última reunião da cúpula da OTAN ocorreu no dia 11 de julho, na Lituânia. Foi a primeira vez que os líderes dos 31 países membros estiveram reunidos desde o início da guerra. Como não poderia deixar de ser, a pauta principal ficou em torno da entrada da Ucrânia, do desenrolar da guerra e de como obter consensualmente novos membros entre os que estão ao redor da Rússia. A pretensão de Zelensky foi frustrada pois há a compreensão de que a entrada da Ucrânia na OTAN elevaria o conflito rumo a uma terceira guerra mundial, de proporções nucleares. A ”batata quente” agora queima, principalmente, nas mãos de Zelensky. 

A ensaio da OTAN, no território ucraniano, contra a Rússia, acirrou a crise em que os países membros e a própria organização se meteram. Os descontentamentos internos das populações com os gastos de guerra, enquanto enfrentam crises inflacionárias e desaceleração econômica, aumentam nos países europeus. Tal crise também se revela diante da necessidade de se manter o atual Secretário Geral da OTAN, Jean Stroltenberg.  Substituí-lo no momento aprofundaria a crise entre os países membros.

Uma frase atribuída ao escritor Oscar Wilde diz que os Estados Unidos foram o único país a sair da barbárie para chegar na decadência, sem passar pela civilização. A questão principal é saber o que o império estadunidense, em crise terminal, mas ainda apoiado pela  União Europeia, vai fazer no curto prazo, diante do possível fracasso da política de guerra contra a Rússia. Que se cuidem os trabalhadores dos países considerados  suas colônias, mesmo após séculos de independência. A luta feroz dos países imperialistas em crise vai atirar para todos os lados, principalmente contra os países da América do Sul que, sob a orientação  de Lula, voltam a fortalecer o Mercosul. O Brasil, sem dúvidas, será o foco principal.  O mais violento império da história, os EUA, pode cair, mas cai atirando. Mais do que nunca, a solução para a classe trabalhadora está representada no slogan: “trabalhadores do mundo, uni-vos!

 

Foto: Anadolu Agency/Getty Images


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