No dia 7 de junho tiveram início as campanhas para o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UnB com as votações programadas para os dias 20 a 22 do mesmo mês. Neste momento, os estudantes das universidades estão se movimentando para apresentar suas chapas e propostas em relação às questões estudantis.
O DCE é a entidade de maior representação política estudantil dentro das universidades, faculdades e junto aos centros acadêmicos dos cursos de graduação. Também tem o papel de representar os estudantes no contato com a reitoria e outros níveis administrativos e deliberativos da instituição. O movimento estudantil ganhou força e foi linha de frente nas batalhas contra a extrema-direita e o autoritarismo da ditadura em 1964. A partir de 1976 após os ataques da ditadura militar, o espaço dos DCEs foi conquistado pelos estudantes. Mais recentemente, também teve enorme influência contra as políticas de Bolsonaro, protagonizando as maiores manifestações contra o governo, os Tsunamis da Educação, de 2019. A rebeldia característica da juventude, que pode ajudar a derrubar governos autoritários é também uma ferramenta de luta e organização para reivindicar direitos e prezar pela democracia.
Atualmente, há maior dificuldade em massificar as assembleias, plenárias e manifestações, em parte devido à desmobilização promovida pelo período da pandemia da Covid-19 que afastou os estudantes dos campis e fez se perder parte da cultura de mobilização. Muitos estudantes chegam à universidade sem saber o que significa o DCE e nem enxergam o movimento estudantil como algo próximo a eles. Com a volta da rotina presencial, é notável a necessidade de retomar os centros acadêmicos que foram fechados, a presença das intervenções políticas estudantis e culturais dentro das universidades e a conscientização sobre o Diretório Central dos Estudantes e da União Nacional dos Estudantes.
A direita usa de muitos artifícios para atacar os movimentos sociais e o movimento estudantil é facilmente acusado de ser balbúrdia e bagunça, dados a espontaneidade e o espírito crítico dos jovens. Esses ataques são minuciosamente formulados para moldar um pensamento conservador entre os estudantes e na sociedade, sobre o papel das universidades públicas. Mas deve-se lembrar que é pelo barulho da organização dos estudantes que temos ainda universidades públicas, programa de cotas de ingresso, os centro acadêmicos, restaurante universitário, passe livre, carteirinha, etc
Eleições como para o Diretório Central do Estudante, que acontecerão nesta semana, é um momento para conscientizar e aproximar os jovens, novamente, à cultura de mobilização e de conquista de direitos. É necessário fortalecer e relembrar a importância e a influência que os próprios estudantes têm na Universidade e também fora delas.
