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Dengue: os mosquitos estão soltos!

Em Belo Horizonte, capital mineira, segundo dados do site da Prefeitura Municipal, divulgados em 17/05, em 2023 foram confirmados 182 casos de dengue. Há 1.445 casos notificados pendentes de resultados de exames laboratoriais e das avaliações epidemiológicas. Foram investigados e descartados 502 casos. Importante ressaltar que os casos eram previstos para 2022/2023, mas não houve ações preventivas por parte da administração do município. 

Todos os anos são feitos mutirões, uma estratégia de combate e prevenção à dengue e outras doenças causadas por mosquitos, como a chicungunya, a zika vírus e a febre amarela. Durante os mutirões, a comunidade descarta tudo que pode ser criadouro para o mosquito e na data agendada os garis recolhem o material. No entanto, neste ano essa ação não foi feita. Na chamada estrada do sanatório, que liga Santa Luzia a Belo Horizonte, estão toneladas de entulhos espalhados, lixos considerados de alto risco para a população. 

Outra prática tradicionalmente utilizada é o uso do fumacê nos locais onde detectavam-se larvas. Ainda que com baixa toxidade, o fumacê tem sido questionado por sua eficiência reduzida e seu impacto ambiental. Mas ele deve ser substituído pela nebulização, eficiente na destruição das larvas. No entanto, essa necessária prática de prevenção sofre da crise deixada pelo governo Bolsonaro, cujo ministério da Saúde, responsável por munir as prefeituras de inseticidas nebulizadores dos focos de contágio, deixou o Brasil desprovido do insumo. De um lado, o governo anterior precarizou as estratégias de combate territorial aos focos do vírus, feito por trabalhadores menos valorizados e quase invisíveis no SUS. De outro, reduziu o parque industrial farmacêutico brasileiro, que poderia dar conta de produzir o chamado fumacê. Em março, a atual secretária de Vigilância Sanitária e Ambiente, Ethel Maciel, afirmou à imprensa que os estoques do inseticida no ministério da Saúde estavam zerados. Os ACES (Agentes de Controle de Endemias) fazem seu trabalho, detectam as larvas, mas o combate depende da aplicação dos produtos. A população, assim, fica vulnerável às doenças e os serviços de atendimento colapsados.


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