No último dia 24/06, em mais um ato de sucateamento da Petrobrás, o Governo de Jair Bolsonaro (PL) entregou dois campos de exploração de petróleo do Brasil, situados no estado do Espírito Santo, por um valor equivalente a 70 dias de produção.
Os campos de Golfinho e Camarupim, no litoral norte do Espírito Santo, são de exploração de óleo e gás. Em águas profundas, entre 1000 e 2000 metros de profundidade, são parte do pós-sal (local onde se encontram as maiores reservas de petróleo do planeta).
Eles foram “vendidos/entregues” para a BW Energy, uma empresa internacional que trabalha com exploração de petróleo na África e no Brasil. O valor do arremate foi de $75.000.000,00 (setenta e cinco milhões de dólares), a serem pagos da seguinte forma: 3 milhões à vista, 12 milhões ao fim processo de transação e mais de 60 milhões a serem pagos em pagamentos contingentes, a depender das cotações do petróleo e do desenvolvimento dos ativos. Ou seja, de bandeja.
Para explicar o que representa esse absurdo, a FUP (Federação única dos Petroleiros) fez um levantamento da produção destes campos. Só o campo de Golfinho produz atualmente cerca de 8.600 (oito mil e seiscentos) barris de petróleo por dia e ainda 90 mil metros cúbicos de gás por dia. Ou seja, o preço médio do barril de petróleo é $120 (cento e vinte dólares), multiplicado por 8.600 barris produzidos por dia, podemos dizer que os campos foram entregues por cerca de 70 dias de produção. Isso sem contar a produção de gás. Um verdadeiro crime contra o patrimônio do povo brasileiro.
O governo brasileiro não vai parar de atacar a soberania nacional, até que os trabalhadores, em seus movimentos sociais e organizações saiam às ruas. A derrota da política genocida de destruição dos direitos trabalhistas, da entrega das matrizes energéticas do País e de todo o desmonte do Estado brasileiro, precisa vir pelas mãos dos trabalhadores com amplas manifestações de rua e greves.
