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02 de Outubro: trabalhadores gritam Fora Bolsonaro

As manifestações pelo Fora Bolsonaro, realizadas no último dia 02 de outubro, que tomaram as ruas das principais cidades brasileiras, dando voz à luta contra a carestia nas condições de vida, o desemprego e o conjunto das políticas neoliberais de destruição do Estado, deram demonstração de que a insatisfação popular contra esse governo genocida está mais forte a cada dia.

Os trabalhadores dos Correios foram presença marcante nos atos, expondo sua luta contra a privatização da Estatal, patrimônio do povo brasileiro. O preço do gás de cozinha e a PEC 32 também foram pautas dos protestos.

Em todo o País, inclusive em cidades pequenas, os movimentos sociais apresentaram as reivindicações do povo explorado e oprimido, como a luta contra o Marco Temporal, que ataca os povos indígenas, e a defesa da agricultura familiar.

 

Frente ampla: política de subserviência

 

A política da frente ampla, ou seja, de buscar acordos com representantes (partidos) da direita, tem sido costurada pelas direções dos partidos da esquerda. Em todo o País, partidos que participaram do golpe, como o Partido Verde (PV) e MDB, além de figuras como Ciro Gomes (PDT), estiveram presentes. De acordo com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, a organização do ato combinou que a atividade seria “o mais amplo possível, com entidades da sociedade civil, entidades sindicais e movimentos populares e partidos que vão do Psol a legendas de centro-direita”.

No entanto, essa política de traição dos interesses dos trabalhadores, cujo resultado prático é dar retaguarda para a direita, não está sendo aceita “de bom grado” pelos manifestantes. Em São Paulo, na avenida Paulista, palco do maior protesto nacional, políticos como Paulinho da Força (Solidariedade) e Ciro Gomes discursaram sob fortes protestos dos manifestantes.

O fato indica uma politização à esquerda de uma parte dos trabalhadores, que rejeita a formação da Frente Ampla para as eleições 2022, em que os partidos de esquerda se unem a partidos de centro direita, que tentam se distanciar da imagem de Bolsonaro, mas endossam o mesmo projeto neoliberal contra os trabalhadores.

Há uma tendência de que a luta evolua no sentido de se combater o conjunto das políticas antipovo e antitrabalhista desse governo, sustentado pela mesma burguesia que tenta “pegar carona” nos atos Fora Bolsonaro e na capacidade do PT e dos movimentos sociais de mobilizarem a população. A crise insustentável do governo do ex-capitão tem obrigado essa burguesia a buscar uma terceira via eleitoral para derrotar as chances do ex-presidente Lula, que figura em primeiro lugar nas pesquisas para 2022.

Diante disso, as organizações classistas devem dar uma resposta à altura das reivindicações populares, ou seja, assumir a liderança política dos atos e mobilizar os trabalhadores para a luta contra o projeto neoliberal de retirada de direitos trabalhistas, destruição dos serviços públicos e entrega do patrimônio público às corporações estrangeiras. Os acordos eleitoreiros são uma imposição da democracia burguesa, que não passa de uma farsa para encobrir a ditadura dos donos do poder econômico contra a maioria do povo. Aos trabalhadores não interessa essa submissão aos interesses da elite econômica. As eleições só são importantes se puderem fazer crescer seu poder político na correlação de forças com a burguesia.

Foto: @luizrochabh


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