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Desmonte e prática de racismo é o plano do governo para Fundação Palmares

A Fundação Cultural Palmares (FCP) se tornou instrumento para apagar a memória da população negra e patrocinar o racismo estrutural no País. A postura do atual presidente da Instituição, Sérgio Camargo, tem contribuído, cada vez mais, com a desconstrução das políticas públicas para promoção da igualdade racial, cumprindo muito bem a função concedida pelo atual governo reacionário, que é de “acabar com a FCP”.

A Instituição (que completou 33 anos no último dia 22 de agosto) foi criada no âmbito da redemocratização do País com o objetivo de promover uma política cultural igualitária e inclusiva. Ao longo dos anos, a Fundação contribuiu para a valorização da história e das manifestações culturais e artísticas negras brasileiras como patrimônios nacionais. Mas, atualmente, está sendo usada para romper com essas conquistas e repercutir censuras e preconceitos contra os negros.

Sérgio Camargo tirou todas as referências do movimento negro do passado e atuais, além de proferir, diariamente, frases lamentáveis com conteúdo racista como, por exemplo: “A escravidão foi terrível, mas benéfica para seus descendentes. Negros no Brasil vivem melhor do que os negros da África”. Em outra publicação, nas redes sociais, ele afirmou que: “O racismo real existe nos Estados Unidos. A negrada daqui reclama porque é imbecil e desinformada pela esquerda”. 
Camargo também chegou a atacar a figura de Zumbi dos Palmares – um dos principais personagens do movimento negro contra a escravidão no País e que dá o nome à Fundação que ele preside. Nas redes sociais, disse: “Zumbi é herói da esquerda racialista; não do povo brasileiro. Repudiamos Zumbi!”. 

O presidente da FCP ordenou a retirada de nomes da lista de personalidades como, por exemplo, da escritora Conceição Evaristo; dos cantores Gilberto Gil, Sandra de Sá, Leci Brandão, Milton Nascimento, Martinho da Vila e Elza Soares; do ex-pugilista, Servílio de Oliveira; da filósofa Sueli Carneiro; de Marina Silva e Benedita de Jesus, além de censurar obras escritas por Aldo Rebelo, Caio Prado Junior, Celso Furtado, Karl Marx, Marilena Chaui entre tantos outros.

A Fundação Cultural Palmares deixou de exercer sua função básica de proteção da população negra, com o racismo sendo operado de dentro do próprio governo. Todo esse plano contribui para o aumento do preconceito e a perseguição contra a classe pobre e negra do País, incentivando ainda mais a violência contra os jovens negros da periferia, principalmente pelas ações e abordagens abusivas e violentas do aparato repressivo do Estado (a Polícia). É o racismo estrutural imposto pelo governo de extrema-direita a serviço do imperialismo, utilizado para oprimir e subjugar ainda mais a classe pobre, trabalhadora e negra.

Por tudo isso, se faz necessário que a questão da exploração contra o cidadão negro não fique circunscrita exclusivamente às pautas identitárias raciais. É necessário associar estas pautas à luta de classes – explorados X exploradores, uma vez questão de raça e classe são indissociáveis.

É preciso fazer o debate, usar as redes de comunicação para fazer a agitação e a propaganda sobre a derrubada do sistema capitalista, responsável histórico pelas agruras sofridas pela classe trabalhadora, em sua maioria composta por negros.

Somente através da luta pelo socialismo será possível uma sociedade mais justa e igualitária, onde todos terão seus direitos garantidos e respeitados, independente da cor da sua pele.

Foto: Sergio Lima


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