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Governo Bolsonaro: extremismo, censura e descaso contra a cultura

Com sua política fundamentalista e retrógrada, o governo Bolsonaro continua impondo o sucateamento e a tentativa de destruição da cultura popular no Brasil. Para citar alguns exemplos dos ataques frequentes desse governo de extrema-direita, temos: o indeferimento do Festival de Jazz do Capão na lei Rouanet, baseada em critérios ideológicos e religiosos; a censura contra o filme sobre Fernando Henrique Cardoso e contra o documentário sobre o avanço da Igreja Universal e outras evangélicas no País; queima da cinemateca etc. 

 

Festival de Jazz do Capão: fundamentalismo Ideológico e Religioso

 

Para reprovar o Festival de Jazz do Capão na Lei Rouanet, realizado na região da Chapada Diamantina, interior da Bahia, via Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), a Fundação Nacional de Artes (FUNARTE) utilizou critérios ideológicos e religiosos, usando justificativas como: "o objetivo e finalidade maior de toda música não deveria ser nenhum outro além da glória de Deus e a renovação da alma", frase atribuída ao músico alemão Johann Sebastian Bach. O Festival é realizado desde 2010, sendo suspenso apenas em 2020 por conta da pandemia, mas com a inscrição e preparativos feitos para retorno em 2021.

O parecer negativo diz que “por inspiração no canto gregoriano, a Música pode ser vista como uma Arte Divina, onde as vozes em união se direcionam à Deus”. Também citou que “A Arte é tão singular que pode ser associada ao Criador”. Como se vê, o indeferimento do Festival do Capão não passa por nenhum critério técnico e, para piorar, ainda utilizou uma postagem que criticava abertamente o fascismo, divulgada nas redes sociais do evento, para endossar a negativa.

O secretário especial de Cultura do governo federal, Mário Frias, capacho bolsonarista assumido, também se manifestou, afirmando que enquanto fosse “Secretário Especial da Cultura ela será resgatada desse sequestro político/ideológico!". Traduzindo: enquanto Bolsonaro estiver no poder, a cultura estará à disposição apenas dos interesses políticos e ideológicos da extrema-direita. 

 

Censura, descaso e desrespeito à memória

 

Além do projeto do filme “Presidente improvável”, sobre a trajetória do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os diretores da Agência Nacional do Cinema (Ancine), nomeados pelo governo Bolsonaro, censuraram também o longa "Os Evangélicos", documentário sobre o avanço, principalmente na política, da Igreja Universal do Reino de Deus e de outras denominações evangélicas. A agência, sob orientação do governo truculento, segue com seu plano, perseguindo todo e qualquer desafeto ou adversário que ameace o atual presidente genocida.

E para não deixar dúvidas sobre seus planos de sucatear a arte e cultura no País, a atual gestão boicotou propositalmente a Cinemateca Brasileira, descaso que culminou em um incêndio. A tragédia foi anunciada por ex-funcionários meses antes, alertando sobre a situação precária da Instituição. 

Em crise há anos, a Cinemateca, controlada pelo governo federal, não teve investimentos no setor de preservação e demitiu os funcionários responsáveis por essa área. Por causa desse contexto de crise aguda, um incêndio de grandes proporções atingiu o anexo na Vila Leopoldina, na noite de 30 de julho deste ano, arruinando grande parte de seu acervo. Um crime anunciado, uma perda irreparável de inúmeras obras e documentos da história do cinema brasileiro.

Não bastassem os ataques do governo Bolsonaro contra as conquistas e direitos dos trabalhadores e a proposital má gestão da saúde pública durante a pandemia de Covid-19, o que resultou na morte de mais de meio milhão de brasileiros, esses representantes do imperialismo centram esforços para desqualificar e destruir a cultura e a arte no Brasil.

Os ataques fazem parte do plano de governo dessa extrema-direita retrógrada e fascista, que não permite nenhuma manifestação cultural, artística, social ou popular que questione, afronte ou desmascare suas intenções em favor do capital e contra o trabalhador.

Cabe a nós pressionar e buscar a derrubada desse sistema cruel, injusto, opressor e explorador através da luta pelo socialismo.
 


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