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Olimpíadas: Manifestações políticas ganham força em Tóquio

A ginasta Costa-Riquenha, Luciana Alvarado, chamou a atenção no último domingo, dia 25/07, após concluir a prova eliminatória de solo nos jogos olímpicos de Tóquio, no Japão. Ao terminar a série, a jovem atleta, de 18 anos, ajoelhou-se e ergueu o punho, gesto simbólico do movimento “Black Lives Matter”, que ganhou força após o assassinato de George Floyd, asfixiado por um policial branco no ano passado, na cidade de Minessota, nos Estados Unidos.

O ato político da ginasta não está desligado do contexto dos jogos olímpicos deste ano. Durante os jogos preliminares de futebol, na quarta-feira, dia 21/07, atletas do Chile, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Suécia marcaram posição ao se ajoelharem em campo, replicando o gesto mundialmente famoso de protesto contra o sistema. As manifestações se repetiram em outras modalidades ao longo da semana, como o rúgbi.

Os protestos políticos contra as barbáries perpetradas pelo sistema capitalista não são recentes nos Jogos Olímpicos. Em 1968, durante os jogos olímpicos da Cidade do México, os atletas norte-americanos Tommie Smith e John Carlos, que conquistaram o ouro e o bronze, respectivamente, nos 200 metros rasos, levantaram os braços para o alto, com os punhos cerrados, símbolo histórico da luta negra nos EUA, durante a execução do hino dos Estados Unidos. No Brasil, em novembro do ano passado, a jogadora de Vôlei de praia, Carol Solberg, pediu um “Fora Bolsonaro”, ao vivo, durante uma entrevista ao final de uma das partidas do circuito Brasileiro. Ela chegou a ser denunciada no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do Voleibol. Como se vê, atletas de vários esportes e de várias delegações têm se posicionado cada vez mais durante as apresentações, fazendo protestos principalmente contra o racismo estrutural, mas também contra todas as mazelas do sistema capitalista e sua lógica de exploração da classe trabalhadora.

Os jogos olímpicos, que este ano ocorrem em meio à pandemia mundial da Covid-19, que já registra mais de 4,16 milhões de mortes pelo mundo, além de uma competição esportiva, também começa a se apresentar como um palco para que atletas de todo o mundo possam se expressar e dar voz contra as mazelas do sistema capitalista, como o racismo e o machismo. 

Neste período de acirramento entre as forças políticas mundiais e de crise generalizada do capitalismo, o esporte e a cultura devem ser utilizados como ferramentas de conscientização política da população contra a opressão impostas pelo regime. O caráter progressista das manifestações deve ser impulsionado para fazer avançar o pensamento coletivo que leve à tomada de consciência de que o sistema deve ser modificado e que o capitalismo não trará as respostas necessárias para estas questões.


 


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