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Desemprego no Brasil não para de crescer

Sem retroceder no número de desempregados, Brasil registrou aumento de 6,6 milhões de trabalhadores e trabalhadoras que perderam o emprego no 1º trimestre de 2021, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Com o crescimento, o saldo de desempregados pulou de 12,9 milhões para 14,8 milhões. Os dados foram apontados pelo boletim sobre os indicadores trimestrais do mercado de trabalho, publicado em janeiro deste ano, elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) a partir de informações da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) e do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE).

Os números também indicam aumento no número de pessoas que procuram emprego há mais de cinco meses, pulando de 49,6% para 61,3%. Já o número de pessoas com 14 anos ou mais que estão fora da força de trabalho chegou a 76,5 milhões. Destes, 11,4 milhões não estavam trabalhando ou desistiram de procurar uma oportunidade no mercado de trabalho. Importante destacar que o IBGE considera como desempregado apenas os trabalhadores que efetivamente procuraram emprego nos últimas 30 dias anteriores a realização da pesquisa. Ou seja, a taxa de desemprego só não é ainda maior porque muitos brasileiros desistiram de procurar uma ocupação.   

Segundo análise do Dieese, a pandemia trouxe um quadro de grandes danos à economia e desestruturação no mercado de trabalho, mas esse cenário já era bem grave antes da COVID-19, e está bem longe de dar sinais de recuperação. Um exemplo disso é o aumento na taxa de desocupados e desalentados (pessoas que devido à falta de oportunidade desistiram de procurar emprego), que passou de 16,0%, no primeiro trimestre de 2020, para 19,5%, no mesmo período de 2021. Entre os chefes de família, esse crescimento foi 2,2%, passando de 11,2% para 13,4%. 

Se mantendo estável, o rendimento médio de trabalho, calculado por hora, cresceu de R$ 15,13, no 1º trimestre de 2020, para R$ 15,41, no mesmo período de 2021, mas, segundo o boletim, o dado não é nada animador, uma vez que os trabalhadores que ganham menos são os que mais sofrem com a pandemia, perda de emprego e renda. Já os que têm maiores rendimentos, e permaneceram com o trabalho em home office, a média de rendimentos se manteve no mesmo patamar de 2020.

O atual governo Bolsonaro, que usa a pandemia como desculpa pelos enormes danos ao direito dos trabalhadores e a economia, nos leva a marca da maior taxa e o maior contingente de desocupados de todos os trimestres da série histórica iniciada em 2012, segundo o IBGE. O aumento da exploração no mercado de trabalho leva milhões de brasileiros a desistirem de procurar uma vaga de emprego, enquanto as grandes corporações e os banqueiros se beneficiam com todos esses ataques. A manutenção de um exército de reserva é vital para o sistema capitalista, a forma de garantir os lucros de uma parcela de parasitas, que vivem da exploração das classes trabalhadoras. 
 

Foto: Adailton Damasceno / Futura Press / Estadão Conteúdo


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