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Ataques racistas na internet


Em 22 de março, uma roda de conversa virtual sobre racismo e intolerância religiosa, promovida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Campos, no Norte Fluminense, foi invadida por hackers que proferiram ofensas racistas aos palestrantes, além promoverem atos antidemocráticos e exibirem vídeos de conotação sexual. Não se tratou de um ato isolado, a prática de invadir salas de reunião, que vem sendo conhecida como “zoombombing”, uma invasão incômoda feita em transmissões na internet, ganhou força com o crescente número de plenárias e rodas de conversa virtuais em decorrência da pandemia.

De acordo com o subsecretário de Igualdade Racial e Direitos Humanos de Campos, Totinho da Capoeira, um dos palestrantes do evento online, “As meninas e meninos mais jovens que estavam na sala (virtual) com a gente se sentiram desesperados. Foi uma cena simplesmente aterrorizante pra gente naquele momento”. 

Grupos racistas e de extrema-direita têm se utilizado desta ferramenta para obstruir e tumultuar espaços de debates progressistas, levando a opressão a espaços onde o debate deveria acontecer. “É um pensamento que cresceu muito no Brasil e no mundo nos últimos 10 anos. Na medida que alguns setores que têm esse pensamento começaram a chegar nos poderes executivo e legislativo eles se sentiram mais empoderados e têm usado essas práticas como práticas de intimidação”, afirmou Ivanir dos Santos, membro da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa da OAB.

O combate ao racismo e à intolerância religiosa é uma das pautas fundamentais para as organizações de esquerda do mundo todo. No Brasil, com a ascensão de Jair Bolsonaro à presidência, o aumento da repressão e da intolerância por meio de grupos racistas e fascistas tem sido notório, com o aval do próprio mandatário, que dissemina discursos de intolerância de todo tipo. A resistência do povo negro e a defesa de suas tradições e de sua religiosidade devem se fortalecer para enfrentar a repressão. 

O objetivo da extrema direita é usar o racismo como mecanismo de subjugação dos negros, parte majoritária da classe trabalhadora em países que tiveram passado colonial como Brasil. O povo negro, afligido pela escravidão moderna, a mais cruel forma de opressão do capitalismo, sempre resistiu às mazelas a que foi submetido e não irá esmorecer agora em que a superexploração da classe trabalhadora é a política posta pela burguesia para garantir suas taxas de lucros. 
 


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