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14 milhões de desempregados

Na última divulgação de 2020, o Brasil venceu a marca de 14 milhões de trabalhadores desempregados, um aumento de 13,7% em relação a 2019, acréscimo esse equivalente a 1,7 milhão de pessoas. A taxa de desalento (pessoas que desistiram de procurar emprego porque não tem esperanças de que irão encontrar) e subutilização da mão de obra seguem em alta, aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), anunciada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 29 de Dezembro.

O total de ocupados chega a 84 milhões, representando uma baixa de 10,4% em relação a 2019. O número de trabalhadores com carteira assinada também caiu 10,4%, menos 3,347 milhões e a situação não está diferente para os trabalhadores sem carteira, cuja baixa foi de 20,1%, menos 2,382 milhões. Além disso, também houve uma baixa de 8,1 de trabalhadores que atuam por conta própria, chegando a 1,990 milhão a menos. Em relação à  2019, em 2020 o cenário piorou e  nem o trabalho informal ajudou a diminuir o número de desempregados. 

O emprego formal é apenas parte do mercado de trabalho brasileiro. Por meio dos  dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (“novo” Caged), o governo Bolsonaro tenta mascarar a situação, divulgando um suposto crescimento do emprego com carteira assinada. No entanto, os dados da Pnad Contínua mostram uma situação diferente.  O Caged é um registro administrativo, enquanto a Pnad é feita por meio de entrevistas domiciliares.

Segundo os dados da Pnad, o país tem 29,769 milhões de empregados com carteira no setor privado e 9,470 milhões sem carteira. Os trabalhadores por conta própria somam 22,456 milhões. E os trabalhadores domésticos somam 4,707 milhões, queda de 25,5% (menos 1,607 milhão) ante 2019.

A chamada subutilização da mão de obra entre aqueles que gostariam de trabalhar mas não encontram emprego, somou 32,5 milhões de pessoas, com aumento de 20%, 5,4 milhões, em relação a 2019. Os desalentados somam 5,8 milhões, crescendo 25,5% em relação ao ano passado, com 1,2 milhão a mais. Já a força de trabalho potencial, definida como o conjunto de pessoas de 14 anos ou mais de idade que não estavam ocupadas nem desocupadas na semana de referência, mas que possuíam um potencial de se transformarem em força de trabalho, cresceu 5,5% em relação ao ano passado. Também em comparação com 2019, a taxa de trabalhadores informais caiu em 2020, atingindo  apenas a 38,8% dos ocupados. 

Sem dúvidas, o ano de 2020 trouxe o terror da pandemia da Covid-19, com grandes danos à economia. No entanto,  os grandes empregadores e o governo, vêm usando a pandemia como desculpa para extrair os direitos dos trabalhadores, aumentando a exploração de quem está empregado e provocando o desemprego de milhões de pessoas. O governo Bolsonaro e sua equipe econômica não criaram medidas eficazes de proteção aos trabalhadores e aos pequenos e médios empresários, mas aplicaram uma série de medidas de ataques aos direitos trabalhistas para beneficiar grandes corporações e banqueiros. No caso da Saúde Pública, por exemplo, a pandemia serviu de pretexto para ampliarem as terceirizações que beneficiam Organizações Sociais privadas e precarizam o trabalho, em detrimento do que seria um necessário atendimento à população, com mais trabalhadores valorizados e preparados para o enfrentamento à pandemia.

A classe trabalhadora deve pressionar suas organizações de luta para fazer o enfrentamento à política desse governo que ceifa vidas e leva o povo à extrema pobreza. É preciso unificar a luta das categorias organizadas com as reivindicações dos desempregados e mobilizar os trabalhadores contra o conjunto dos ataques a suas condições de vida.
 


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