Na última segunda-feira (16), a jogadora de vôlei, Carol Solberg, foi absolvida pelo Tribunal de Justiça, da acusação de ter infringido o regulamento do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, por ter feito uma manifestação política, pública, contra o presidente Jair Bolsonaro. A jogadora gritou “Fora Bolsonaro!” ao final de uma entrevista transmitida ao vivo, no dia 20 de setembro de 2020, na primeira etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, em Saquarema (RJ).
Este não é o primeiro julgamento que Carol enfrenta. No último dia 13 de outubro, sob muito protesto, a 1ª Comissão Disciplinar do STJD, por três votos a dois, entendeu que houve infração do regulamento da competição por parte da jogadora e aplicou uma multa no valor de R$ 1.000 para Carol, que foi convertida em advertência. Na sequência, a defesa da jogadora entrou com um recurso, alegando que sua “manifestação”, não atacava de forma alguma a Confederação Brasileira de Vôlei, tampouco seus patrocinadores.
O caso de censura aberta tomou uma proporção gigantesca, ainda mais levando em consideração que outras manifestações políticas foram feitas por atletas e não foram punidos, a exemplo dos jogadores da seleção masculina de vôlei que demostraram apoio ao então candidato Jair Bolsonaro. A forte pressão popular obrigou a justiça a recuar. Diferente da primeira sessão, dessa vez o placar ficou por cinco votos a quatro, favorecendo Carol Solberg e a absolvendo das acusações.
Logo após o julgamento, Carol concedeu entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, destacando a importância dessa vitória e denunciando as censuras que os atletas vêm sofrendo: “Isso tudo que aconteceu é um passo importante para refletirmos sobre o lugar do atleta. É sobre liberdade de expressão, e sabemos o quanto ela tem estado em risco. Ser absolvida significa ter os meus direitos garantidos e, quem sabe, encorajar mais atletas a se engajarem no que acreditam e no que é necessário enquanto sociedade. Temos muita força e precisamos usá-la de forma consciente, sem deixar de olhar para as injustiças que nosso país sofre. A gente também é voz de alerta”.
Como não poderia ser diferente, a ascensão da extrema-direita traz consigo um ataque violento às liberdades individuais. Os casos de censura e agressões contra atletas, acadêmicos, cientistas etc., é a tônica do nosso governo extremista e opressor. Contudo, esse aumento da violência contra as massas também intensifica a contraofensiva, o que torna cada vez mais comum manifestações como a da jogadora Carol Solberg. Precisamos intensificar as reações das massas contra a investida da direita, ampliando a luta contra as diversas covardias e injustiças contra o povo.
