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Mobilização barra posse de interventor do MEC no CEFET-RJ

Alunos e professores do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ) realizaram um protesto, na manhã do último dia 19 de agosto, contra o novo diretor-geral da Instituição. Ao chegar à unidade, Maurício Aires Vieira, recém-nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro e indicado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, não conseguiu adentrar à diretoria graças a um cordão humano, composto por alunos e professores. Portando cartazes e gritando palavras de ordem como “Fora Interventor!”, os alunos conseguiram bloquear a passagem da sala. Maurício Aires, que era assessor de Weintraub e Vice-diretor da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), permaneceu no campus por duas horas, mas acabou deixando a unidade.

A coordenadora do curso de física do Centro Federal, Elika Takimoto, ressaltou a preocupação dos professores e alunos com a intervenção: “Ninguém conhece esse professor, ele é assessor direto do ministro da Educação, não tem ligação direta com o Cefet. Creio que não conhece os nossos problemas aqui, as nossas demandas, não conhece a história do nosso Cefet”, disse em entrevista à revista Fórum.
Vale lembrar que o Cefet/RJ passou por um processo eleitoral no fim do mês de Abril e, na consulta pública da comunidade acadêmica (alunos, professores e funcionários), o vencedor foi Maurício Saldanha Motta. O resultado foi contestado por uma chapa derrotada no próprio MEC, mas segundo o Cefet, a eleição foi homologada pela consultoria jurídica do Ministério.

Em nota, o MEC reafirmou que a designação de um diretor em caráter provisório é legalmente prevista e foi motivada "pelo término do mandato de diretor-geral". Além disso, a pasta garantiu que "não houve a conclusão da análise do processo eleitoral daquela instituição, realizado no final de abril passado" e que a nomeação de um diretor provisório não constitui "ruptura do processo democrático e da autonomia institucional". Porém, devemos lembrar que o Governo Federal está impondo, através do próprio MEC, uma série de retrocessos na educação, a exemplo do projeto privatista “Future-se”, que retira a autonomia de gestão das universidades e Centros Federais de Educação Tecnológica, além do sucateamento da educação pública nos níveis fundamental e médio no País.

A juventude vem mostrando o caminho de luta e enfrentamento. Os atos dos dias 15 e 30 de maio e 14 de junho, que levaram milhões às ruas em todo o Brasil, deve ser seguido pelos movimentos sociais neste período de retirada de direitos e precarização das condições de vida da classe trabalhadora. Devemos nos unir aos estudantes e fortalecer essas lutas em defesa de uma educação pública e de qualidade para toda a população. A educação pública é um direito da classe operária e deve ser defendida com “unhas e dentes”.


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