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Não é um acidente climático: é o capitalismo que superexplora os trabalhadores e a natureza

Imperialistas: tirem suas mãos da Amazônia!
20 a 27 de setembro: Organizemos a greve e a mobilização mundial da juventude e dos trabalhadores.

Os gigantescos incêndios na Amazônia, o “pulmão do planeta”, são um crime contra a humanidade.

As impactantes imagens difundidas põem em relevo o alcance criminal das políticas depredadoras do grande capital em seu insaciável apetite por lucros.

O dano é enorme: desde maio, foram destruídos 1.200.000 hectares de floresta. A consternação que as imagens da devastação geraram se soma a indignação que despertou as respostas do governo brasileiro. Primeiro, disse que era um problema climático e logo negou a realidade, responsabilizando uma campanha midiática das organizações que defendem o meio-ambiente.

Bolsonaro deixou que os incêndios se desenvolvessem. Defende os interesses dos latifundiários e dos grandes capitalistas do agronegócio. Grandes grupos plantadores de soja e criadores de gado, entre eles os principais comerciantes de grãos do mundo  (Cargill, Bunge, Dreyfus) e a indústria frigorífica  (Marfrig, JBS, etc.) são os que impulsionam os desmontes na Amazônia. Em 10 de agosto, convocaram o “Dia do Fogo” para avançar na extensão da fronteira do agronegócio. O governo Bolsonaro incentivou essa ação. Desmantelou os pressupostos dos organismos estatais de controle da Amazônia. Incentiva a formação de milícias mercenárias dos latifundiários para expulsar os povos indígenas e camponeses de suas terras. O ‘agropoder’ é financiado pelos principais bancos e fundos de investimento do mundo(BlackRock, JP Morgan, Citigroup, HSBC, BNP Paribas).


Duas caras depredatórias da crise capitalista


O capitalismo em seu afã de obter lucros não vacila em superexplorar os trabalhadores e destruir a natureza. A crise capitalista em curso acentua essa tendência histórica. A economia brasileira está em recessão e o governo Bolsonaro busca compensar a queda de lucros do monopólio sem investimentos, depredando a natureza para poder plantar mais soja e mais pasto para o gado. Não é só na Amazônia: este ano, o mundo se comoveu com a ação negligente do capital das mineradoras que provocou, por falta de intervenções, a catástrofe pela ruptura das barragens de Brumadinho, enterrando pessoas na lama, com mais de 200 vítimas fatais entre os trabalhadores. Isso sem falar nos 40 e 50% dos trabalhadores brasileiros que estão sem carteira assinada, precarizados, submetidos à explorações brutais.
É necessário unir a luta contra a supreexploração trabalhadora, contra a depredação ambiental que é fruto de um mesmo culpado: o capitalismo em sua etapa de decomposição. O incêndio na Amazônia se estendeu à Bolívia e outros países sul-americanos.


A guerra comercial na Amazônia e a ajuda humanitária


Algumas potências imperialistas – o presidente francês Macron, etc. – têm pleiteado, frente à inoperância criminal de Bolsonaro, que deixa avançar os incêndios, a necessidade de se discutir “se é possível definir um caráter internacional para a Amazônia”. Bolsonaro tem respondido, declarando-se defensor da soberania brasileira, e... permitindo que continue o desmonte da Amazônia. Trump, em contraponto, apoia abertamente Bolsonaro. Trata-se de dois campos imperialistas que em plena guerra comercial, em nível mundial (acordo União Europeia-Mercosul; promessas de Trump de um acordo comercial especial com Bolsonaro, etc.), também lutam por uma posição de privilégio na apropriação da Amazônia. Uma guerra entre os depredadores.

A hipocrisia é total: grande parte das empresas que atuam no negócio do ‘agropoder’ são imperialistas, a exemplo da francesa Dreyfuss, monopólio exportador; o Banco Paribas, um dos maiores financiadores de latifundiários e de monopólios agropecuários etc., que compram a soja e a carne a preços rentáveis, pelos baixos custos de produção, com baixos investimentos. Macron não dá a mínima para o meio ambiente, ele só quer proteger os interesses do povo europeu do agronegócio. Ajuda humanitária do imperialismo? A ajuda humanitária humana toda vez que foi nomeada no Oriente Médio serviu para justificar uma guerra de colonização. Uma coleção que Macron fez na recente reunião do G7, na França, alcançou a soma de 20 milhões de dólares. Um retorno ao capital financeiro (apenas um artista de Hollywood doou 5 milhões de dólares a uma organização que afirma ser defensora do meio ambiente).

A superexploração dos trabalhadores é intensificada pela Reforma Trabalhista e previdenciária, impulsionada pelo FMI e que Temer e Bolsonaro desenvolveram.

Os trabalhadores devem tomar nota de que esta crise põe em risco a vida da humanidade trabalhadora e animal do planeta. O que as guerras imperialistas não destroem diretamente, a depredação capitalista da natureza está destruindo. O degelo do artigo e das zonas glaciais, o aquecimento da terra, etc. são parte do mesmo fenômeno. Não é Bolsonaro, são todos os capitalistas. No norte argentino é parte da vida cotidiana o desalojamento da comunidade campesina e indígena e o desflorestamento.

Mais que nunca está colocada na ordem do dia uma ação internacional: ganhar as ruas contra a política predatória de Bolsonaro, Macri e todos os governos capitalistas que impulsionam a devastação das reservas naturais e indígenas e um profundo ajuste contra as aposentadorias, educação e direitos trabalhistas.

A mobilização internacional em defesa da Amazônia deve servir à juventude estudantil e à classe trabalhadora brasileira como ponto de apoio para enfrentar o governo Bolsonaro e frear o desastre ambiental:

- Proibição dos desmontes. Direcionar os fundos necessários para apagar os incêndios, sob o controle operário e popular. Assembleias populares que agrupem camponeses, indígenas e trabalhadores de cada distrito para impedir a continuidade do saque.

- Nacionalizar o comércio exterior: expropriar os exportadores.

-Acabar com o latifúndio: expropriar os latifundiários e capitalistas e criar empresas estatais para planificar a produção sob o controle dos trabalhadores.

-Revogar a Reforma Trabalhista e previdenciária.

- Refutar a entrega/privatização que Bolsonaro colocou em marcha (Correio, Petrobras, Eletrobras, Casa da Moeda, SERPRO, DATAPREV Companhia Brasileira de Trens Urbanos - CBTU, Empresa Brasil de Comunicação - EBC, Telebras etc.). Controle trabalhista das ditas empresas.

Organizemos a participação ativa da juventude e da classe trabalhadora nas greves e mobilizações internacionais de 20 a 27 de setembro contra as mudanças climáticas. Nós que lutamos pelo socialismo, por governos de trabalhadores, para avançar em uma planificação e desenvolvimento das forças produtivas que permita harmonizar a satisfação das necessidades sociais com a preservação do meio-ambiente, devemos nos colocar na vanguarda desta luta contra a barbárie capitalista.


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