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Lutar contra a privatização dos Correios

O processo de privatização imposto pelo governo entreguista está a pleno vapor, sendo os Correios uma das estatais que encabeçam a lista de empresas para serem entregues à iniciativa privada. Como parte desta política, o governo e a direção da Empresa vêm promovendo o sucateamento da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), impondo situações que vão desde as jornadas exaustivas, terceirização, fechamento de Agências próprias, extinção do plano de saúde da categoria, até a tentativa de inviabilizar a campanha salarial dos trabalhadores, deixando-os sem Acordo Coletivo de Trabalho. O objetivo das manobras é reduzir ao máximo o valor de mercado da Empresa, facilitando, assim, sua venda às grandes corporações como FedEx, DHL, UPS etc.


Empresa se recusa a negociar com trabalhadores

 

Como dito, a campanha salarial dos ecetistas, que ocorre neste período, é um dos alvos dos ataques para se encaminhar a privatização. A direção dos Correios se recusa a negociar com os sindicatos, já tendo demonstrado isso de várias formas, inclusive se negando a comparecer às reuniões agendadas. A política é a de, literalmente, enrolar os trabalhadores, buscando ganhar tempo para encaminhar a política de privatização, que irá desencadear na demissão em massa de trabalhadores.

Como parte da manobra, utilizam-se do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que não passa de um órgão representante dos interesses do governo, contra os trabalhadores. O papel cumprido pelo Tribunal é o de desmobilizar a categoria, abrindo brechas jurídicas para a Empresa. A última manobra neste sentido foi a de sugerir, as vésperas da Greve Nacional dos trabalhadores, que estava marcada para o último dia 03 de setembro, uma prorrogação do ACT, por 30 dias. A burocracia sindical, como é de sua natureza de classe, agiu como um freio da luta dos trabalhadores e, num erro político e tático, aceitou a prorrogação, mesmo sem ter a confirmação se o lado patronal iria aceitar ou não a proposta. O resultado é que a Empresa não aceitou e os ecetistas sem encontram, neste momento, sem Acordo Coletivo.
Governo, Empresa e TST têm a compreensão que mesmo uma greve pequena, porém nacional, levada a cabo pelos trabalhadores dos Correios, colocaria pressão sobre o governo e incentivaria a mobilização de outras categorias a defenderem suas datas-bases. Por isso todo o empenho em desorganizar a mobilização dos trabalhadores.

Aos trabalhadores, o que está colocado é ampliar a mobilização e organizar uma grande greve nacional no próximo dia 10 de setembro. Essa é a única forma de enfrentar os ataques e pôr abaixo a intransigência do governo de plantão e seus lacaios, opressores da classe trabalhadora.

 

Como a população será afetada com a privatização


Não só os trabalhadores dos Correios serão atingidos pela privatização. Ela interfere diretamente na vida da população, uma vez que, além de ser responsável por todo o trânsito de cartas e encomendas nacionalmente, a Empresa está em todos as 5.570 municípios do País, sendo responsável por toda a integração nacional.

A Estatal é responsável, ainda, pela entrega dos livros didáticos em todo o País, possibilitando o início simultâneo do ano letivo em todo o território nacional. Também é responsável pela coleta e entrega de donativos e vacinas em caso de catástrofes (enchentes, inundações) e surto de doenças, além do transporte de órgãos para transplantes, sem custo algum, e pela campanha de aleitamento materno. Nas pequenas cidades, as mais distantes, que muitas vezes não possuem bancos, as agências dos Correios são responsáveis pelo pagamento de pensões e aposentadorias.

O Correio é responsável por milhares de empregos indiretos. São inúmeras as micro, pequenas e medias empresas que atuam subordinadas à ECT. Com a privatização, muitas dessas empresas fecharão, promovendo, também, a demissão de milhares de trabalhadores indiretos. Além disso, com a privatização, as prefeituras e Câmaras municipais dos 5.570 municípios brasileiros perderão seus relacionamentos/parcerias privilegiados com os Correios, o mesmo ocorrendo com os demais setores dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, pois as empresas privadas, que apenas visam o lucro, cobrarão fortunas para prestar o mesmo serviço, mas de forma piorada.


Chamado à unidade


A campanha e o chamado à greve dos Correios são de extrema importância no momento atual, quando os ataques à classe trabalhadora vêm de todos os lados. Temos, só para citar, a Reforma da Previdência, a MP 881, os cortes de verbas para o ensino público, Reforma da Previdência, congelamento dos gastos públicos etc. Essa é uma investida unificada e centralizada por todos os setores da burguesia. A resposta dos trabalhadores tem que se dar na mesma linguagem: unidade na luta para defender os direitos historicamente conquistados.

Diante da forte investida, a discussão de datas-bases únicas está na ordem do dia, com greves ampliadas nos mais diversos setores, impulsionando a luta de várias categorias, simultaneamente.
A defesa dos Correios público e de qualidade para a população, assim como das outras estatais não depende apenas dos trabalhadores diretos das empresas, mas de toda a população brasileira. A sanha privatista desse governo e dos capitalistas estrangeiros, que pensam apenas no lucro, deve ser combatida com firmeza, nas ruas.

 


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