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Pelo lucro, o capitalismo mata gente, mata a floresta, mata os bichos

Os resultados desastrosos da política ambiental do governo Bolsonaro, totalmente subserviente ao latifúndio e imperialismo, não demoraram a aparecer. Era o esperado de um governo que publicamente desqualifica pesquisas científicas, demite pesquisadores por apresentar dados que se contrapõem aos seus interesses, e ainda, de forma deliberada, diminui drasticamente os investimentos para projetos de proteção ambiental. Estes são alguns dos ingredientes explosivos que fizeram a Amazônia pegar fogo, literalmente. Em sua sede insaciável por lucros, o capitalismo avança de forma selvagem e perversa contra os povos da floresta, contra os bichos e contra o próprio ambiente, sem o menor cuidado com a sustentabilidade natural. No caso brasileiro, o estímulo dado pelo governo faz com que o desmatamento progrida consideravelmente, especialmente em área de conservação e terras indígenas.    

As terras indígenas estão sofrendo, mais uma vez, grandes ameaças. Primeiramente porque o desmatamento ilegal avança nestas áreas, com a ação de grileiros e latifundiários que, certos da impunidade e incentivados por palavras de membros do governo, destroem a mata em nome do desenvolvimento do agronegócio e da mineração. A violência tem aumentado, com os conflitos, gerando a morte de indígenas que tentam defender suas terras contra os invasores.

Por outro lado, o presidente, no seu estilo mais deplorável e vil, debocha sobre a morte da Amazônia, e de maneira realmente lunática, insinua que os incêndios foram iniciados por Organizações Não Governamentais (ONGs). Um governo irresponsável e perverso, que esvaziou a agenda ambiental, que censura a publicação de dados de pesquisa sobre alertas às questões ambientais. Uma tragédia anunciada que se confirma mais cedo do que se pensava.  

 

Efeitos em escala nacional

 

Há dias, os estados do Amazonas, Acre e Rondônia estão em chamas. Em Rondônia, o fogo que destrói a floresta, polui o ar, sufoca pessoas, mata os bichos etc., já dura mais de 15 dias. Para piorar a situação, o incêndio já está a menos de três quilômetros da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, uma das maiores áreas de preservação ambiental do País.
Amazonas decretou situação de emergência. Os outros países sul-americanos, que fazem fronteira com o estado, estão reagindo com a criação do estratégias emergenciais para conter as queimadas. Somente no Amazonas, mais de 1699 focos de calor foram registrados.

Nas últimas semanas, todo o País começou a perceber os efeitos da destruição do ambiente. Em São Paulo, em plena tarde, o céu escureceu pelas nuvens de fumaça, postos de luzes foram ligados para dar visibilidade à população. Literalmente, em uma cena “semi-apocalíptica”, o dia virou noite. Em Belo Horizonte, o céu ficou acinzentado pelos efeitos das queimadas do norte do País.

As promessas de governo de acabar com a “indústria da multa” pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), de sair do Acordo de Paris e a tentativa de fusão do Ministério do Meio-ambiente, responsável pela agenda ambiental, com o Ministério da Agricultura, responsável pelos maiores índices de desatamento e contaminação agrotóxica, são questões centrais na tragédia anunciada.

 

Anti-cientisficismo da extrema-direita leva ao caos

 

Essa tragédia já é perceptível nos dados publicados pelo Instituto de Pesquisa Espaciais (INPE) que apontou que nos meses de junho a setembro deste ano, o desmatamento aumentou em 30%, em comparação com o mesmo período do ano passado. O Presidente da República, descontente com a divulgação dos dados, com os quais não concorda, apontou como saída a contratação de empresas privadas para monitorar os níveis de desmatamento na Amazônia e censurar a publicação de novos dados. Ou seja, a tática de Bolsonaro para “resolver” a crise é desqualificar a ação de Institutos sérios, atacar as ONGs que lutam por pautas ambientais, incentivar a invasão de terras indígenas e demitir pesquisadores por revelarem fatos que contradizem as opiniões descabidas e sem fundamentos científicos da extrema-direita.

Embora o governo Bolsonaro faça pouco caso, é fato que ele está sofrendo duras críticas dos governos de países da Alemanha, França e Noruega, que suspenderam, inclusive, repasse de recursos para o Fundo Amazônico. Vale destacar que é com esses recursos que o governo tem atuado no combate aos focos de incêndio na Amazônia.

Mas não podemos guardar ilusões: as repercussões das atitudes do governo Bolsonaro, por parte dos líderes políticos dos países imperialistas, é um teatro. São os interesses econômicos desta casta de parasitas que controlam o mundo que colocam na ordem do dia a necessidade de se destruir a Amazônia, em busca do acesso às riquezas minerais que a floresta esconde. Em um momento de rareamento das riquezas naturais não renováveis, o capitalismo tem a necessidade de explorar ainda mais o Terceiro Mundo, mesmo que isso leve a um gigantesco desastre ambiental em escala global.

Nesse sentido, o que estamos assistindo no Brasil é o resultado de um governo que não tem nenhum compromisso ou mesmo intenção de lidar com questões complexas que envolvem a Soberania Nacional. Fica cada vez mais evidente que este governo tem atuado para subordinar o Brasil aos ditames do imperialismo, mesmo que para isso tenha que matar os povos indígenas, saquear suas terras para usufruto dos interesses capitalistas, destruir um dos maiores bens da humanidade que é a Amazônia etc. Bolsonaro, como bom lacaio do capital, segue à risca a cartilha daqueles que armaram o circo para colocá-lo no poder.

Por isso, é urgente que a classe trabalhadora se organize para defender seus direitos, não apenas os que estão sendo retirados, como os direitos trabalhistas e o de se aposentar, mas também o direito ao ar, à floresta, à fauna e a flora, à vida. É preciso lutar vigorosamente contra esse governo pelo crime contra humanidade, ao permitir e incentivar ações que contribuam para a destruição da natureza, morte dos povos da floresta e adoecimento de toda uma nação.


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