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O mensalão do Bolsonaro

Na manhã do dia 06 de agosto, cumprindo o acordo realizado com os deputados para a aprovação da nefasta Reforma da Previdência, anteriormente a votação em segundo turno da proposta, Bolsonaro enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei que liberou R$ 3 bilhões em “verbas extras” para que os deputados mantivessem seus votos no segundo turno da votação. Isto evidencia a aberta compra de votos de parlamentares que o Governo Federal vêm promovendo.

Contrariando todas as alegações de que "falta dinheiro" para investir nos serviços básicos, como saúde e educação, Bolsonaro gasta bilhões dos cofres públicos para pagar a aprovação da Reforma que destruirá o futuro da população, mentindo para os trabalhadores ao dizer que ela trará melhorias na economia do país.

A votação do segundo turno da PEC 06, que altera o regime de previdência, foi um show de horrores: a cobertura feita pela mídia burguesa, com grande esforço para tentar enganar a população através de explicações totalmente sem lógica sobre a necessidade da Reforma para o crescimento do país; a traição de parlamentares de partidos “ditos de oposição” (PDT,PSB), culminando com o patético e teatral choro do presidente da câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao entregar o texto aprovado ao Senado. Soma-se a isso a inércia das direções dos sindicatos e movimentos sociais que fizeram os trabalhadores assistirem a mais essa derrota de braços cruzados.

Com a Reforma Trabalhista, aprovada no governo de Michel Temer, as condições de vida dos trabalhadores brasileiros se deterioraram e a taxa de desemprego beira os 13%. Entre a juventude esse número chega aos 26,6%, e força os jovens a se submeterem, por exemplo, aos trabalhos por aplicativo (Rappi, Ifood, Uber Eats) para tentar sobreviver.  Agora, com a Reforma da Previdência, querem também que trabalhemos até morrer, ou que morramos trabalhando para garantir mão-de-obra mais barata para o avanço da investida imperialista na América Latina.

Os ataques não pararão por aí. Em entrevista à BBC, Jens Arnold, economista responsável pelas análises sobre o Brasil do órgão imperialista Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), afirmou categoricamente que somente a Reforma não será o suficiente, que serão necessários mais ataques, como a Reforma Tributária, e mais ajustes na Reforma Trabalhista.

Bolsonaro já deu provas de que cumprirá à risca a agenda imperialista para o País e, para isso, ampliará a política de relações espúrias com os congressistas. É a “velha política” que ele tanto combateu na campanha, mas que agora é “legitimada” por seu governo impregnado de pessoas sem nenhum tipo de escrúpulos em fazer da coisa pública o quintal de suas casas.

Por isso, o momento não é de lamentarmos a mais que provável aprovação da Reforma da Previdência. O capitalismo continua em profunda crise e a sanha imperialista contra os países do Terceiro Mundo, como o nosso, não se encerrou. Para tentar manter as elevadas taxas de lucro de um punhado de parasitas que controlam o mundo, a investida contra os direitos dos trabalhadores continuará na ordem do dia, coordenada, no Brasil e em outros países, por governos que fomentam a fascistização da sociedade. É necessário, mais do que nunca, a unidade das forças de esquerda, para superar a paralisia das direções da classe trabalhadora e organizar a luta, nas ruas, em greves e ocupações, pela retomada de todos os direitos conquistados.


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