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13 de agosto: terceiro tsunami da educação

Esta terça-feira, 13 de agosto, foi marcada por mobilizações e protestos, em todas as regiões do País, contra as políticas do governo Bolsonaro. A data foi inicialmente marcada pela União Nacional dos Estudantes como terceiro “Tsunami da Educação”. As centrais sindicais e organizações de trabalhadores aderiram e convocaram o “Dia Nacional de Mobilizações, Paralisações e Greves Contra a Reforma da Previdência e Contra os Cortes na Educação”.
 
Nas capitais de todos os estados brasileiros e em muitas cidades do interior, ocorreram manifestações de rua com a participação de estudantes, professores, sindicalistas, trabalhadores e ativistas dos movimentos populares.  De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), pelo menos 208 municípios, que englobam cerca de 40% da população do país, registraram atos nesta terça.

Como mostraram os atos dos dias 15 e 30 de maio e a Greve geral de 14 de junho, a juventude estudantil e a classe trabalhadora não estão dispostas a ter seus direitos a estudar e se aposentar retirados. As manifestações mostram o crescente repúdio ao governo Bolsonaro, a sua política de ataque aos direitos dos trabalhadores e aos desmandos de sua equipe.

Os protestos estudantis iniciaram após o anúncio de cortes de verbas para Educação. As manifestações desta terça foram as primeiras após o ministro da Educação apresentar o Projeto Future-se, para o Ensino Superior, cujo objetivo é privatizar a gestão das universidades, abrindo caminho para seu desmonte como serviço público prioritário para o desenvolvimento de pesquisa e garantia da soberania nacional. Os planos do governo estão orientados para favorecer os grupos capitalistas estrangeiros, que avançam sobre a educação no Brasil.

Por sua vez, a Reforma da Previdência que, aprovada no Congresso Nacional, tramita agora no Senado, é um duro golpe contra toda a classe trabalhadora e vai atingir de maneira avassaladora os mais pobres.

A cada dia aumenta a compreensão dos trabalhadores de que todas essas medidas visam apenas favorecer os interesses de bancos e das grandes corporações capitalistas que, em crise, precisam esfolar os trabalhadores. Os atos com grande adesão popular demonstram isso. Porém, para barrar verdadeiramente a ofensiva que ocorre no mundo todo contra a classe trabalhadora, será preciso ir além das manifestações controladas por uma política reformista que visa preparar terreno para futuras eleições.  É imperativo organizar a resistência nas ruas junto a um programa de greves gerais, com ocupação dos locais de trabalho e que paralise realmente a produção.

Os ataques promovidos contra a classe trabalhadora e contra a soberania nacional trarão mais desemprego, informalidade, fome e miséria. Por isso, a cada dia, o governo Bolsonaro, amplia os mecanismos de repressão para manter acuados os trabalhadores e evitar sua resistência. Por isso, também, o momento exige unidade na luta. Não há a mínima possibilidade, neste momento, de se alcançarem vitórias isoladas através das instituições burguesas controladas por inimigos do povo, capachos dos interesses imperialistas. As pautas difusas das manifestações desta terça - Educação, Previdência, Marcha das Margaridas - ao invés de fortalecerem a unidade, criam ilusões sobre a possibilidade de melhoria da situação econômica que acaba por restringir a agitação política entre os trabalhadores.

A classe trabalhadora tem demonstrado sua disposição de luta. Cabe a ela superar o estágio de indecisão em que se encontra grande parte de suas direções, rejeitar o espontaneísmo e a demagogia que nutre falsas expectativas e ampliar, nas ruas, a defesa intransigente dos seus direitos historicamente conquistados.


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