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Crise capitalista a todo vapor: resistência nas ruas é necessária

A crise pela qual passa o mundo capitalista continua em franca expansão. Nesse sentido, os ataques promovidos contra a classe trabalhadora, as políticas privatistas e o aprofundamento do neocolonialismo no terceiro mundo continuam sendo a ordem do dia nas ações promovidas pelo capital imperialista.

No Brasil, o governo de Jair Bolsonaro segue cumprindo à risca esta cartilha. Com relação aos ataques à classe trabalhadora, além da Reforma Trabalhista, há todo um trâmite político para aprovar a Reforma da Previdência ou, em outras palavras, o fim da aposentadoria. Além disso, a educação pública, direito historicamente conquistado pela classe trabalhadora, está sendo sequencialmente atacada. O novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, com anuência do presidente, está propondo acabar com a oferta dos cursos das Ciências Humanas nas unidades públicas de ensino superior. Isso sem falar que, acusando as universidades federais da Bahia (UFBA), Fluminense (UFF) e Brasília (UnB) de promoverem “balbúrdia” em seus “campi”, o ministro cortou o investimento de 30% do orçamento destas instituições. Dada as reações negativas que se seguiram, ele resolveu ser mais “igualitário” e aplicou o corte às demais universidades.

A política privatista capitaneada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, também continua a todo vapor. A Petrobrás continua sendo fatiada e entregue à iniciativa privada. No último dia 26 de abril, foi anunciada a venda de oito das 13 refinarias estatais da BR Distribuidora. Isso significa que o País deixará de refinar 1,1 milhão de barris de petróleo por dia. Além disso, no dia anterior (25 de abril), em café da manhã com jornalistas, Bolsonaro afirmou que foi dado aval à abertura do processo de privatização dos Correios. Vale lembrar que a Empresa é a maior estatal brasileira em número de funcionários, responsável pela integração social de toda a população e por diversos programas sociais.

Por fim, nesses pouco mais de cem dias de governo Bolsonaro, o que efetivamente funcionou foi a entrega do Brasil para os Estados Unidos. De bandeja e sem exigir nada em troca, o presidente brasileiro cedeu o mercado chinês da soja para os agricultores estadunidenses; entregou a base de Alcântara, no Maranhão, para os EUA; se colocou à disposição para tomar parte em uma ação militar contra a Venezuela e assinou um Decreto que isenta os cidadãos estadunidenses, japoneses, canadenses e australianos da exigência do visto para entrar no Brasil. Marionete do imperialismo estadunidense, Bolsonaro deveria mudar o slogan do seu governo para “Brasil subserviente a todos”.


Venezuela


Na Venezuela, o aparente esfriamento do processo de golpe contra Nicolás Maduro mostrou ser apenas uma “calmaria” em meio a uma tempestade. No último dia 30 de abril, o povo venezuelano, assim como os da América Latina e do mundo todo, assistiu a mais uma tentativa de golpe de Estado no País orquestrado pelo fantoche político dos EUA, Juan Guaidó, do partido Voluntad Popular, integrante da frente de oposição Mesa da Unidade Democrática.

Essa tentativa incentivada pelos EUA e apoiada por seus aliados internacionais tinha por objetivo impor um novo regime, alinhado com os interesses geopolíticos estadunidenses e colocando as reservas de petróleo venezuelanas, assim como os outros recursos naturais e sociais, à disposição do imperialismo.

O desespero dos EUA em consolidar à força um alinhamento geopolítico, que submeta os países sul-americanos a seus interesses, decorre da atual crise do capitalismo e da falência do arranjo institucional internacional construído no pós-segunda Guerra Mundial, destinado a manter a hegemonia estadunidense como centro de acumulação de capitais e da integração geopolítica global. Com a incapacidade de todo esse aparelho imperialista de assegurar a acumulação de valores, o centro de acumulação de capitais está se deslocando para outra região, mediante o projeto de integração Euroasiática, também conhecido como “Novo Caminho da Seda”, em uma parceria entre Rússia e China.

A tentativa de golpe de Estado foi temporariamente derrotada, sufocado pelas forças leais a Maduro. Cabe agora ao governo venezuelano aprofundar as contradições de classes, continuar denunciando ao mundo a ingerência imperialista na soberania nacional do País e mostrar para a classe trabalhadora a impossibilidade de se depender das migalhas dadas pelo imperialismo ao terceiro mundo em tempos de bonança.


Necessidade de organização


Em meio a essa série de ataques, é imperativo que a classe trabalhadora mundial organize sua resistência nas ruas, contra os ataques promovidos pelo capital. É necessário um programa de greves gerais, com ocupação dos locais de trabalho e que paralise realmente a produção. Só assim os ataques serão barrados.

A Educação foi a área mais afetada pelo corte de recursos anunciados para 2019. O Decreto publicado no dia 29 de março, no Diário Oficial da União, informa que os recursos foram reduzidos em R$ 5,839 bilhões para este ano. Para a sustentação da Educação Pública, gratuita e de qualidade, o corte representa um tremendo ataque. Nesse sentido, no Brasil, foram organizadas duas manifestações massivas em defesa da Educação Pública. Os dias 15 e 30 de Maio levaram mais de um milhão de pessoas às ruas em todo o País contra os cortes de verbas no ensino básico e superior, mostrando a insatisfação da população, principalmente dos jovens, com os cortes.

Estas greves foram consideradas como uma importante etapa de mobilização para a Greve Geral programada para a próxima sexta (14), convocada pelas centrais sindicais (CUT, CGTB, CSB, CTB, CSP Conlutas, UGT, Força Sindical, Intersindical e Nova Central). O momento não permite divisionismo. Se não forem barrados, os ataques promovidos contra a classe trabalhadora e contra a soberania nacional trarão mais desemprego, informalidade, fome e miséria. O momento exige unidade na luta. Cabe à classe trabalhadora superar o estágio de paralisia em que se encontra  grande parte de sua direção e organizar, nas ruas, a defesa intransigente dos seus direitos historicamente conquistados.


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