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Presidente do Inep cai e escancara crise no MEC

Disputas internas ao governo Bolsonaro levaram a demissão do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), Elmer Coelho Vicenzi, no dia 16 de maio. O ex-presidente, que foi delegado da Polícia Federal, havia solicitado a pedido do Ministro da Educação, Abraham Weintraub, a quebra do sigilo de dados dos estudantes e escolas, coletados pelo Inep todos os anos. O pedido foi negado pela procuradoria do órgão, e culminou na exoneração do Procurador Rodolfo de Carvalho Cabral, que levantou os impedimentos legais ao pedido.

Elmer Vicenzi é o terceiro presidente do INEP que deixa o cargo desde o início do governo Bolsonaro, e o primeiro desde que Weintraub assumiu o Ministério da Educação. A disputa entre Vicenzi e o Procurador levou a um desconforto no Inep.  Muitos advogados do órgão chegaram a afirmar que deixariam os cargos caso os dados fossem vazados. De acordo com fontes oficiais, os dados foram solicitados para a criação de uma nova carteirinha estudantil pelo MEC, com a intenção de retirar uma das fontes de arrecadação da União Nacional dos Estudantes (UNE), fato que reforça um possível cerceamento dos estudantes, visto que o ex-presidente não tinha formação relacionada à educação e tinha ligações com a Polícia Federal. A UNE lançou uma nota após a demissão do ministro.

“Ao contrário do importante papel que o INEP deveria cumprir pra educação brasileira, o que vemos nos últimos dias é um total descaso e desrespeito. Em menos de cinco meses já foram três presidentes demitido, além de várias trocas nos dirigentes do órgão. Essa situação também coloca em risco a própria realização do ENEM, que deveria ser prioridade para o MEC ao invés da busca ilegal por informações de estudantes e perseguição ao movimento estudantil“, dizia um trecho da nota.
A crise no MEC é uma prova dos rachas políticos do governo Bolsonaro. Sem seguir uma linha política firme, os mandatários acabam se atropelando em sua sanha para atacar a população e entrando em divergências internas. Ricardo Velez Rodrigues, ex-ministro da pasta, caiu quando o governo completou 100 dias, depois de protagonizar vários recuos e controvérsias sobre temas importantes.

 

Retaliação às manifestações

 

As manifestações do dia 14 de maio a favor da educação e contra o corte de verbas de 30% das universidades federais anunciado pelo MEC, reuniram mais de 1 milhão de pessoas nas ruas em todo o País. Professores de todos os segmentos, juntamente com alunos e técnicos administrativos das universidades se juntaram para barrar os ataques que o conjunto da educação pública vem sofrendo durante o governo de Jair Bolsonaro. Os cortes causaram uma comoção na população em geral, que apoiou veementemente as manifestações, mostrando ao governo que sua política de retrocessos na educação não será aceita.

O corte de verbas vem sendo utilizado como moeda de troca pelo governo para a aprovação da reforma da previdência. O próprio Ministro da Educação já afirmou em entrevista que os cortes não são definitivos, o governo poderá voltar atrás caso a economia cresça e a reforma da previdência seja aprovada. A ideia é utilizar os cortes fazer pressão nos movimentos organizados e perseguir as lideranças das manifestações, impedindo a real mobilização da classe professoral e estudantil.

Não devemos ceder à chantagens diante dos ataques.Os professores e estudantes já demonstraram o caminho da luta ao tomarem as ruas e exigir uma educação pública gratuita e de qualidade, com investimentos e não cortes. O governo Bolsonaro foi colocado nas cordas após as manifestações que rechaçaram toda a política de austeridade que ele representa. A classe trabalhadora deve se unir para lutar contra os ataques orquestrados pelos capachos do imperialismo que figuram no governo. A greve geral, no dia 14 de junho, e a luta nas ruas são o caminho para barrar os ataques em todos os níveis. Greve Geral já!

 


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