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Eleições no Metabase

Em eleições ocorridas neste mês de agosto, a CUT perdeu o mais importante sindicato do setor mineral do País, o Metabase. Tal sindicato surgiu em 1945, três anos após a criação da Cia Vale do Rio Doce, quando foi fundada a "Associação Profissional dos Trabalhadores na Indústria de Extração de Ferro e Metais Básicos de Presidente Vargas", hoje Itabira. Com o tempo, a Associação virou Sindicato e a Vale transformou-se na maior empresa mineradora do mundo.
A chapa vencedora das eleições sindicais, ocorridas nos dias 8 e 9 de agosto, é apoiada pelo PSTU através de sua central, a CSP-Conlutas. Seus representantes já anunciaram a retirada do sindicato da CUT e seu ingresso na central divisionista do PSTU.
O divisionismo no interior das organizações de luta não traz nenhum benefício para os trabalhadores, ao contrário, serve somente para enfraquece a unidade com as demais categorias e criar um espaço burocrático a mais para emperrar a luta. Mas o problema maior dessas eleições no Metabase tem a ver com o apoio dado pela CSP-Conlutas a um candidato representante da extrema-direita na política local. O novo presidente do sindicato é André Viana, vereador eleito pelo PTN, hoje denominado “Podemos”. O político é um declarado apoiador de Jair Bolsonaro, tendo usado a imagem do presidenciável fascista em sua campanha para vereador. Radialista, é também o defensor, na Câmara, do projeto Escola Sem Partido, uma comprovação do caráter direitista e autoritário do novo “líder” sindical.



Dormindo com o inimigo



O PSTU é um agrupamento de oportunistas, cujas avaliações moralistas sobre a política nacional e internacional jogam água no moinho da extrema-direita e criam as confusões necessárias para o fortalecimento do fascismo. Mas o que interessa aos trabalhadores da Vale e a toda a classe trabalhadora é a compreensão de como agem as burocracias que controlam as entidades de luta e de como essas ações poderão levar ao fim de qualquer combatividade dos sindicatos diante dos ataques da direita. O caso das eleições no Metabase é exemplar. André Viana foi eleito presidente do sindicato com apoio da CSP-Conlutas, liderando uma chapa de oposição à atual direção, da CUT, na qual ele era vice-presidente. Ou seja, a CUT estava dormindo com o inimigo, mas não um inimigo disfarçado, pois a direita não pode estar nos sindicatos a não ser para defender o patronato. Tamanha capitulação abriu brechas para o inevitável crescimento da direita.
A atual burocracia sindical enfrenta uma crise sem precedentes no período pós redemocratização do País. Mesmo seus elementos mais progressistas enfrentam grandes contradições em relação a uma eventual intervenção realizada pela direita. Os trabalhadores correm o risco de setores ligados ao imperialismo golpista avançarem sobre suas entidades, sob influência do sindicalismo patronal e, principalmente, por meio de intervenções a partir do Ministério Público ou do Ministério do Trabalho.
Os setores classistas devem fazer a agitação e propaganda no sentido de preparar a organização dos trabalhadores através de um trabalho na base, para bloquear qualquer retrocesso em suas entidades e fazê-las retomar o caminho da verdadeira luta contra os ataques à classe trabalhadora.

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